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Notícias | Rio Grande do Sul Indicadores criminais

Feminicídios caem 86% em julho e revertem acumulado do ano no RS

Indicadores de violência contra mulher como estupro e ameaçadas também caíram. Mas a própria Secretaria da Segurança Pública admite que subnotificação está presente nestes tipos de crimes

Publicado em: 13.08.2020 às 10:27 Última atualização: 13.08.2020 às 11:41

Governo admite subnotificações em casos de violência contra a mulher Foto: Pixabay/Reprodução
O número de feminicídios caíram 86% em julho deste ano no Estado em relação ao mesmo período do ano passado, passando de 14 mulheres assassinadas por razões de gênero no Estado para duas vítimas – o menor número para o mês em toda a série histórica, iniciada em 2012. Com essa retração profunda, a soma de feminicídios em 2020 chegou a 53, dois a menos (-4%) do que os 55 registrados no mesmo período do ano passado, interrompendo a tendência de alta que se verificou no primeiro semestre.

Os dados integram os indicadores criminais apresentados na manhã desta quinta-feira (13) pelo governador Eduardo Leite e o vice-governador e secretário da Segurança Pública, delegado Ranolfo Vieira Júnior.

Além disso, todos os demais indicadores de violência contra a mulher fecharam em baixa, tanto no recorte mensal quanto no acumulado. Os estupros, por exemplo, caíram 33,6% na comparação de julho deste ano, com 95 casos, contra os 143 registrados no mesmo mês em 2019. Em igual leitura, as lesões corporais reduziram de 1.364 para 1.155 (-15,3%), as ameaças, de 2.739 para 2.295 (-16,2%), e as tentativas de feminicídio ficaram estáveis, com 22 casos.

O paralelo de acumulados nos primeiros sete meses em 2019 e 2020 mostra que já são quase 3 mil ocorrências de ameaça a menos, passando de 21.952 para 19.200 (-12,5%). Nas lesões corporais, a redução supera 1 mil casos, de 12.056 para 10.876 (-9,8%). A soma de tentativas de feminicídio caiu de 205 para 188 (-8,3%) e o estupros, de 929 para 920 (-1%).

Os dados divulgados pelo Estado mostram que, ao contrário das expectativas sobre possível aumento da violência contra a mulher em razão do distanciamento social imposto pela pandemia do novo coronavírus, todos os indicadores apresentaram redução justamente no período em que o isolamento passou a ser necessário. De outro lado, as maiores altas ocorreram em janeiro e fevereiro, exatamente os dois meses em que o Estado ainda não convivia com as restrições para prevenção à disseminação do vírus.

No entanto, Ranolfo admite que historicamente há subnotificação de crimes de violência contra mulher. “Isso sempre esteve presente. O que temos feito é aumentar o leque de possibilidades de denúncias, mas não posso descartar que haja subnotificação.”

Comitê interinstitucional vai elaborar políticas públicas

Com o intuito de reduzir ainda mais os números da violência contra a mulher, na última sexta-feira (7), o governo do Estado apresentou o Comitê Interinstitucional de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher. Do planejamento à execução de ações concretas, o objetivo central do comitê é fortalecer a rede de apoio às vítimas e promover entre os gaúchos uma mudança de cultura, que valorize a proteção da mulher na sociedade em todas as suas formas, tendo como premissa a atuação integrada.

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