Publicidade
Notícias | Rio Grande do Sul Desabafo

'Nós esperamos por justiça', diz pai de homem negro morto em Carrefour da Capital

João Batista Rodrigues Freitas, de 65 anos, afirma que estava em um culto evangélico quando recebeu a ligação da nora pedindo por ajuda no supermercado

Por Estadão Conteúdo
Publicado em: 20.11.2020 às 13:39 Última atualização: 20.11.2020 às 14:01

Faixa foi amarrada em frente ao Carrefour, em Porto Alegre Foto: Paulo Pires/ GES
João Batista Rodrigues Freitas, de 65 anos, lamentou nesta sexta-feira (20), a morte do filho, João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos. Beto, como era mais conhecido, foi espancado e morto no estacionamento do Carrefour Passo D'Areia, na zona norte de Porto Alegre, na última quinta-feira (19), véspera do Dia da Consciência Negra. "Nós esperamos por justiça. As únicas coisas que podemos esperar é por Deus e pela Justiça. Não há mais o que fazer. Meu filho não vai mais voltar", disse ao Estadão.

Seguranças espancam homem negro na capital Foto: Twitter/Reprodução
Segundo Freitas, enquanto estava sendo agredido, o filho tentou pedir socorro à mulher, Milena Borges Alves. "Ela me contou que o segurança apertou o meu filho contra o chão e ele já estava roxo. Fazia sinal com a mão para ela fazer alguma coisa, tirar o cara de cima e um outro segurança empurrou a Milena", disse.

Na entrada do Departamento Médico Legal (DML), ele relatou que estava em um culto evangélico quando recebeu a ligação da nora pedindo por ajuda no supermercado. "Foi uma coisa horrível. Espero que ninguém passe por isso. Perder o filho daquela maneira, sendo agredido bruscamente por facínoras. Chamar aquilo de segurança é desmerecer os verdadeiros seguranças. Eu não sei o que leva as pessoas a agir desta forma. Para mim, este crime teve um grau de racismo. Não é possível, uma pessoa ter tanta fúria de outra pessoa. Espero que a justiça seja feita", desabafou.

"Quando eu cheguei, os paramédicos já estavam nos últimos atendimentos. Logo em seguida, ele não teve mais recuperação. Agora, não temos mais o que fazer", afirmou o pai da vítima, emocionado.

À reportagem, o pai descreveu o filho como um homem tranquilo. Além disso, comentou que a vítima e a esposa há anos fazem compras no mesmo supermercado. "Eles frequentavam o mercado quase todos os dias. Ele até me incentivou a fazer um cartão do mercado. Nunca tivemos problemas e nunca discutimos ou batemos em ninguém", lamentou.

O sepultamento está marcado para as 16 horas desta sexta-feira (20) no Cemitério São João, no IAPI, também na zona norte. 

Gostou desta matéria? Compartilhe!
Encontrou erro? Avise a redação.
Publicidade
Matérias relacionadas
Botão de Assistente virtual