Para resolver o problema de escassez de doses em algumas cidades gaúchas, a Secretaria Estadual da Saúde (SES) diz que depende da aplicação de todo o montante de Coronavac distribuído na quarta-feira (19) aos municípios exclusivamente para segunda dose (D2). As aplicações precisam ser registradas no Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI), monitorado pelo governo do Estado. Somente depois, a SES irá definir se irá remanejar doses de uma cidade para outra - caso haja sobra - ou, até mesmo, acionar o Ministério da Saúde para o recebimento de mais frascos.
"Só vamos conseguir ter exatidão sobre as possíveis dificuldades após os municípios aplicarem todo o quantitativo que enviamos e registrarem no sistema", explica Ana Costa, diretora de Atenção Primária e Políticas de Saúde da SES.
A pasta reforça que as vacinas enviadas não podem ser usadas para primeira dose.
A ideia inicial do Estado, com essa última remessa distribuída, era completar o esquema vacinal de todos que estavam com a D2 atrasada. Porém, somente na Região Metropolitana, oito cidades já informaram a falta de mais de 20 mil unidades do imunizante do Butantan para que o objetivo seja alcançado. Enquanto isso, Taquara registrou sobra de vacinas.
O motivo para a incompatibilidade dos dados das prefeituras e do Estado ainda é um mistério, mas a SES trabalha com algumas possibilidades. "Entre as hipóteses para os problemas alegados pelos municípios, podem estar desde falhas nos registros até migrações entre municípios, ou seja, pessoas que tomaram a primeira dose em um lugar e agora precisam tomar a D2 em outro, além de algum possível equívoco de uso da D2 como primeira dose", elenca Ana.
Desde o início da campanha de vacinação da Covid-19 no RS, em janeiro de 2021, a SES distribuiu 1.647.470 doses da vacina Coronavac aos municípios gaúchos para aplicação da primeira dose em grupos prioritários, seguindo a ordem estabelecida pelo Plano Nacional de Imunizações (PNI) e conforme pactuações entre Estado e municípios.
Matematicamente, portanto, o Estado distribuiu doses suficientes para completar o esquema vacinal de todos os gaúchos imunizados com a primeira dose da Coronavac.
"Conforme os municípios forem vacinando e registrando, vamos continuar acompanhando para entender a situação de cada local e atuar em conjunto com os gestores na busca de soluções. Se preciso, vamos recorrer ao Ministério da Saúde para completar eventuais faltas de doses", garante a secretária da Saúde, Arita Bergmann.