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Notícias | Rio Grande do Sul POLÍTICA

Ana Amélia mira o Senado, mas falta definir partido

Sem espaço no PP, ela decide entre fevereiro e março a nova sigla

Por João Carlos Ávila
Publicado em: 29.01.2022 às 13:00 Última atualização: 30.01.2022 às 10:40

Secretária extraordinária de Relações Federativas e Internacionais do Rio Grande do Sul, a jornalista Ana Amélia Lemos pretende voltar ao Senado. É pré-candidata à única vaga em disputa no pleito deste ano. Mas ainda não decidiu por qual partido.

Ana Amélia Lemos é pré-candidata ao Senado da República, mas terá que definir por qual partido até o mês de março
Ana Amélia Lemos é pré-candidata ao Senado da República, mas terá que definir por qual partido até o mês de março Foto: Divulgação

Progressista de origem, perdeu espaço para o partido que, segundo ela, "fechou as portas para eu concorrer ao Senado". Já recebeu convites do Republicanos, PSD, PSDB, Pros e União Brasil. Mas só define sua nova filiação entre a metade de fevereiro e a metade de março. E reconhece: "Se fosse só um convite, seria fácil. Difícil é quando se tem várias possibilidades e todas devem ser consideradas", diz sobre o futuro. Afirma ainda que aguarda definições, "como a aliança que o governador Eduardo Leite (PSDB) vai costurar". Ana Amélia foi senadora de 2011 a 2018. Se elegeu em 2010 com 3,4 milhões de votos.

A ex-senadora não deixa transparecer favoritismo de nenhum partido. E diz que sua decisão terá a ver com o esforço de entendimentos das correntes que têm afinidade de gestão ou aliança política. "Naturalmente, uma aliança pode perdurar."

Ana Amélia observa ainda que a oposição ao atual governo não tem posição "bem clarificada". É preciso, no entendimento dela, aguardar pelos candidatos apoiados por Jair Bolsonaro (PL). Um deles é o ministro Onyx Lorenzoni (vai para o PL). Outro é o senador Luis Carlos Heinze (PP), também ligado ao presidente da República. Tem, ainda, o movimento da esquerda. "Será que estarão unidos aqui no Estado?", questiona.

Tarefa árdua

Com apenas uma vaga ao Senado em aberto, Ana Amélia reconhece que será uma eleição bastante difícil. Cita os prováveis adversários Lasier Martins (Podemos), que tentará a reeleição, e o ex-governador José Ivo Sartori (MDB), que poderá concorrer. "Não será uma tarefa fácil, mesmo que tenha deixado um legado do período que fui senadora", observa.

Quando relembra o período em esteve no Senado, a jornalista diz que foram "oito anos de muita produtividade", com várias leis propostas em vigor. Uma delas, a que obriga os planos de saúde a garantir quimioterapia oral para os pacientes com câncer. "Muitas vezes sou abordada nas ruas por pessoas que comentam que estão em tratamento graças à lei e agradecem por isso."

"Emenda não é moeda de troca"

Foram os oito anos na função de senadora que fizeram Ana Amélia Lemos entender o real papel das emendas parlamentares. "Não é uma moeda de troca. Pensava diferente, até entender que é um caminho sério, seguro e justo para levar recursos ao seu Estado", observa.

A ex-senadora lembra que o recurso federal é de todos e com método republicano fez chegar emendas de sua autoria até a municípios comandados por adversários políticos. "Servidor do Ministério do Planejamento desenvolveu um aplicativo para acompanhar os caminhos das emendas. Lançou todas, suas saídas e chegadas. Entre 81 senadores e 513 deputados federais, eu liderei no quesito efetividade." Ou seja, as emendas chegaram ao destino, não ficaram pelo caminho.

Em 2018 decidiu "olhar para o Rio Grande"

Com uma cadeira no Senado e eventual reeleição bem encaminhada, Ana Amélia abdicou da disputa para ser vice na chapa do então tucano Geraldo Alckmin à presidência da República em 2018. A decisão foi um "olhar para o Rio Grande", conforme ela mesma diz. É que o senador Luis Carlos Heinze (PP), então deputado federal, queria disputar o governo do Estado. Foi então que aceitou concorrer pela aliança nacional do PSDB, o que viabilizou a eleição de Eduardo Leite ao Piratini. Neste ano de 2022, será adversária do PP. Quando questionada sobre "enfrentar" o ex-partido, estar em lado oposto, fala rápido: "Vou ter dezenas de prefeitos progressistas ao meu lado". E lembra dos amigos que fez na política, uma ciência que não pode ser sectária, segundo ela. "O que deixa mal é o radicalismo."

Leite poderia ser o primeiro governador reeleito

As costuras regionais para o pleito de outubro passam pelas definições dos partidos, especialmente pela necessidade de se avaliar o momento. Os passos do governador Eduardo Leite serão fundamentais, na opinião de Ana Amélia Lemos. "Se o (Eduardo) Leite fosse candidato, seria o primeiro governador reeleito do Rio Grande do Sul. Mas ele é contrário à reeleição", reitera.

Polarização é "lamentável"

O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), vai ter nas urnas o julgamento sobre a sua gestão. "A eleição vai ser um divisor de águas", entende Ana Amélia Lemos. "Veremos o que passa no coração dos eleitores". A polarização política do Brasil, para ela, é "lamentável". "Política é a arte da convivência. E a radicalização é mais nociva do que a polarização" onde, para Ana Amélia, os métodos são os mesmos, sem construção, só desconstrução, "o que esta no lado oposto da democracia".

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