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Notícias | Rio Grande do Sul ELEIÇÕES 2022

Alceu Moreira diz que já tem os votos para vencer as prévias do MDB

Pré-candidato do partido ao governo do Estado, o deputado federal diz ainda esperar a desistência de Gabriel Souza e um consenso partidário para a disputa

Publicado em: 31.01.2022 às 19:36 Última atualização: 01.02.2022 às 13:37

Faltando três dias para o fim das inscrições nas prévias do MDB que definirão quem será o candidato do partido ao governo do Estado, o clima não poderia estar mais agitado. Nesta segunda-feira (31), deputados estaduais da legenda lançaram uma carta em apoio a candidatura de Gabriel Souza, que deixou a presidência da Assembleia Legislativa. O texto tem assinatura de cinco dos sete parlamentares emedebistas: Vilmar Zanchin, Beto Fantinel, Carlos Búrigo, Clair Kuhn, Gilberto Capoani. Além deles, subscrevem o documento também os secretários estaduais Edson Brum e Jovir Costela.

Presidente do partido no Rio grande do Sul, Alceu Moreira diz que quer evitar uma disputa interna
Presidente do partido no Rio grande do Sul, Alceu Moreira diz que quer evitar uma disputa interna Foto: Jackson Ciceri/Divulgação
Presidente do partido no Rio Grande do Sul e pré-candidato ao governo do Estado, o deputado federal Alceu Moreira também mantém suas articulações. No mesmo dia em que a carta foi escrita, ele visitou prefeitos do interior e esteve em Novo Hamburgo. Em entrevista concedida na sede do Jornal NH menos de duas horas após a divulgação da carta, demonstrou ainda um otimismo com a possibilidade de um consenso partidário, mas para isso Gabriel Souza teria que desistir da candidatura, já que o parlamentar deixa claro que não abrirá mão de concorrer ao cargo de governador.

Em busca deste acordo, Moreira conta que teve um encontro no mesmo dia com Souza, no qual foi levantada a possibilidade de desistência do colega de partido da candidatura. “Hoje no almoço ele deixou claro que há possibilidade de ter um acordo até o dia 3”, afirmou Moreira, deixando claro que isso ainda é uma possibilidade e não uma garantia. Diferente da garantia dada pelo deputado estadual meses atrás. “Até 40 dias atrás dizia em alto e bom som que se eu fosse o candidato ele não concorreria.”

Empurrado por uma ala do partido mais ligada ao governo de Eduardo Leite (PSDB), Souza mudou a postura, causando surpresa em Moreira. “Te confesso que não foi só estranho, me soou muito mal, o Gabriel é vizinho de casa, o tempo todo conosco, sempre disse isso, vai tomar café na minha casa, com a minha família, e disse que seu eu fosse candidato ele concorreria a deputado federal.” Apesar da mudança de postura, Moreira disse que não se sentiu traído, mas apontou problemas na postura do colega. “Traição é uma palavra muito forte, mas em política a palavra é muito importante. Veja o caso do João Dória, ele ganhou a prévia, o problema é que ele vai levar para o resto da vida o carimbo de que não tem palavra.”

O presidente do MDB minimizou o apoio dos deputados e secretários do governo. “Nós todos sabíamos que eles apoiavam a candidatura do Gabriel. É um apoio conhecido, não causa nenhuma surpresa para nós”, avaliou ele dizendo que essa proximidade se deu durante a aprovação das reformas do governo Eduardo Leite (PSDB), quando Souza era presidente da Assembleia.

Mesmo com a disputa aberta, o atual presidente do partido no Rio Grande do Sul se mostra tranquilo quanto a disputa, e garante que a vitória já está garantida em uma eventual prévia. “Nós temos grande vantagem da prévia, nós ganhamos a prévia. Estamos monitorando o interior todo, ligando para todo mundo.”

Candidatura de centro, mas longe da esquerda

Inimigo confesso do Partido dos Trabalhadores (PT), Moreira defende que seu nome é o mais indicado para concorrer pelo que ele chama de campo de centro justamente pela sua postura contrária ao partido. “Se o candidato da direita não vai para o segundo turno, o voto dos bolsonaristas tem que ser antipetista”, disse, deixando clara sua posição em relação ao partido. Moreira classifica a sua candidatura como sendo de centro, mas busca deixar claro que este centro está mais longe da esquerda do que da direita.

Histórico crítico dos governos petistas, ele foi um dos deputados que votou a favor do impeachment de Dilma Rousseff e diz que ainda se cacifa a ser o escolhido pelos gaúchos pela sua ligação com o agronegócio. O temor de Moreira é que o campo que diz representar saia dividido, e acabe não indo ao segundo turno, entregando assim a vitória à esquerda. Segundo ele, o governador Eduardo Leite divide o mesmo sentimento, e tenta construir uma campanha em conjunto para “o que nós não vamos fazer é por irresponsabilidade, vaidade, dividir nosso grupo do centro e entregar o governo para a esquerda outra vez, isso foi o Eduardo Leite que disse, não fui eu.”

Moreira acredita que PT, PCdoB e PSB vão se unir na campanha, formando um Federação, e que isso será capaz de levar a candidatura de esquerda ao segundo turno. E, na avaliação dele, caso o chamado centro não se una, o cenário aponta para uma vitória do campo de esquerda. “Essas três forças juntas tem grande chance de estar no segundo turno, e é mais um motivo para não fragmentar o centro, porque se deixar eles concorrerem contra a direita radical, eles facilmente ganham o processo.”

Dentro do seu partido, ele ainda acredita em um consenso, mas diz não temer as prévias, acreditando que o partido se unirá em torno da candidatura escolhida. As prévias do MDB gaúcho estão marcadas para o dia 18 de fevereiro, e o último dia para inscrições de chapa é nesta quinta-feira (3). Até lá, as articulações internas seguem acontecendo, e mesmo membros de outros partidos como o PSBD estão de olho nos rumos da legenda que mais governou o Estado desde a redemocratização.

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