O principal suspeito de matar uma jovem de 26 anos com pelo menos um disparo de arma de fogo em Canoas já deveria estar na cadeia há dias. Ex-companheiro da vítima, ele teve a prisão preventiva decretada pela Justiça na última sexta-feira (4) por descumprir medidas protetivas de urgência. Desde então, a Polícia faz buscas pelo homem, de 23 anos. Até esta tarde, ele não havia sido encontrado.
O assassinato aconteceu na manhã desta segunda-feira (7). Enquanto policiais tentavam cumprir o mandado de prisão contra ele, o homem teria se deslocado até um condomínio, no bairro Mato Grande, onde estava a ex-companheira. Por volta das 10h30, a mulher desceu do apartamento para dar uma volta e notou a presença do ex-companheiro, que estava armado. Ela chegou a correr de volta em direção à entrada do residencial, mas foi em vão - acabou alvejada em frente à guarita da propriedade.
Testemunhas serão ouvidas e câmeras de videomonitoramento do condomínio serão analisadas pela investigação. Para a delegada Clarissa de Martini, titular da Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam), trata-se de um caso de feminicídio. "Vamos analisar as imagens e tentar elucidar como tudo aconteceu."
A Polícia ainda não sabe precisar quantos tiros atingiram a jovem, que não teve o nome divulgado.
Relacionamento abusivo
O casal ficou junto durante um ano e meio até que, em dezembro de 2021, a mulher decidiu pôr um fim no relacionamento abusivo. Conforme a Polícia Civil, o homem não aceitava a separação. Desde então, ela tinha medida protetiva contra ele, amparada pela Lei Maria da Penha. A medida, contudo, já tinha sido descumprida três vezes, e as ameaças à ex-mulher eram constantes.
Segundo a Polícia Civil, o fugitivo é reincidente em casos de violência doméstica. Já havia agredido outras namoradas e, inclusive, já tinha sido preso por isso.
Vai demorar algum tempo para que a vizinhança da rua Roberto Francisco Behrens esqueça o triste episódio ocorrido na manhã de 7 de fevereiro. Estava tudo tranquilo, quando, de repente, moradores ouviram um barulho.
Foram necessários alguns segundos após os disparos para que os vizinhos e outros pedestres se aproximassem do local do crime. O clima era de apreensão. "Se isso acontece em um condomínio desses, imagina em outros lugares por aí", disparou um curioso que passava pelo local.
Durante os trabalhos da Perícia, moradores ainda tentavam assimilar o crime ocorrido horas antes. "É muito muito assustador", comentou uma senhora, que não quis se identificar, em frente à sua casa.