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Notícias | Rio Grande do Sul ESTRAGOS EM VÁRIAS CIDADES

Entenda como se formou a supercélula que deixou rastro de destruição no RS

Tempestade severa começou na região central do Estado e avançou até o litoral gaúcho na noite de segunda-feira

Por Redação
Publicado em: 17.08.2022 às 07:00 Última atualização: 17.08.2022 às 08:05

Bastaram poucos minutos de fortes ventos, granizo e chuva na noite de segunda-feira (15) para que cidades gaúchas vivessem uma noite caótica. Na terça-feira (16), a luz do dia só deixou ainda mais clara a dimensão dos estragos. Segundo relatório da Defesa Civil gaúcha, 18.600 pessoas em 13 cidades que registram prejuízos, foram afetadas. Deste total, oito ficaram desalojadas e outras oito desabrigadas, além de uma morte.

Ao visualizar as cidades que registraram os maiores prejuízos no mapa, se percebe um rastro de destruição que iniciou na região central do Estado e avançou até o litoral gaúcho. Segundo a MetSul Meteorologia, duas condições favoreceram a formação de uma supercélula no fim da tarde da segunda-feira sobre a região central do Estado, que depois avançou a leste em direção à região metropolitana e litoral norte.

Mapa Supercélula 1 - Vento muito quente somado à alta umidade formou nuvens de chuva com raios ainda na madrugada, condição que persistiu durante o dia. Esta corrente provocou vento norte de até 91 km/h em Soledade e 72 km/h em Santa Maria.

2 - A partir da segunda metade do dia, houve avanço rápido de uma frente fria do Sul e do Oeste, o que reforçou a instabilidade e provocou os temporais. Alimentação de ar quente foi determinante para que a instabilidade aumentasse, formando a supercélula que causou estragos.

O caminho percorrido pela supercélula

18:00 - Rio Pardo
A cidade localizada à margem norte do Rio Jacuí foi atingida no fim da tarde por uma forte chuva de granizo acompanhada de vendaval. As pedras de gelo eram de médio e grande portes e provocaram danos em cerca de metade da cidade, informou a Prefeitura. O estoque de lona terminou rapidamente e nesta terça moradores formaram filas em frente ao quartel do Corpo de Bombeiros em busca de auxílio.

18:30 - São Jerônimo
Alimentada pelo ar quente que vinha do norte, a supercélula ganhou força e avançou quase que em linha reta para o leste, atingindo a Região Carbonífera. O tamanho das pedras de gelo surpreendeu os moradores.

19:15 - Porto Alegre
A capital foi atingida pela supercélula na hora da volta para casa. A tempestade causou transtornos e muito prejuízo. Um morador está desaparecido e a suspeita é que ele tenha sido levado pela água do Arroio Moinho, no bairro Coronel Aparício Borges, zona leste.

19:15 - Canoas
A cidade foi arrasada pela tempestade, que atingiu as regiões oeste e leste e o Centro. A Prefeitura calcula que mais de mil árvores caíram, sem contar placas de publicidade e tapumes. O vento chegou a 120,5 km/h na Base Aérea. Ao menos 2,3 mil casas e estabelecimentos comerciais ficaram total ou parcialmente destelhados e fachadas de vidro estouraram. Na Avenida Santos Ferreira, um móvel que estava na vitrine do mesanino de uma loja ficou pendurado junto ao poste, na rua.

19:30 - Cachoeirinha e Gravataí
A supercélula seguiu avançando para o leste e rapidamente alcançou as duas cidades, onde os transtornos também foram enormes. Até uma torre de alta tensão foi retorcida e derrubada pelo vento. A MetSul não descarta rajadas de até 150 km/h. "Construções sólidas tiveram colapso e ginásios vieram abaixo", acrescenta a meteorologista Estael Sias.

20:30 - Tramandaí
Avançando quase que em linha reta em direção ao Atlântico, a supercélula ainda atingiu Tramandaí. Houve transtornos a partir da queda de galhos e árvores, postes e placas de publicidade. Também houve destelhamento.

Tornado ou microexplosão?

A meteorologista Estael Sias diz que os dados ainda estão sendo analisados pela MetSul, com georreferenciamento dos estragos, e ainda não se pode chegar a uma conclusão definitiva. "De início, embora mais intenso, o evento desta segunda teve características semelhantes ao que ocorreu em Guaíba durante uma microexplosão em janeiro e em Gravataí no ano passado.

As hipóteses de mais de uma microexplosão e de passagem de um tornado, de imediato, não podem ser descartadas pela magnitude dos danos", resume. É prevista para essa quarta-feira a divulgação da conclusão sobre o fenômeno que atingiu a região.

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