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Notícias | Rio Grande do Sul ESTUDO INÉDITO

Mais de quatro mil desastres naturais foram registrados no RS nos últimos 19 anos

Pesquisa divulga dados de eventos como inundações, tornados, granizo, chuvas intensas, vendavais, geadas e estiagens

Por Carla Fogaça
Publicado em: 23.11.2022 às 03:00 Última atualização: 23.11.2022 às 13:36

O governo do Rio Grande do Sul divulgou nesta terça-feira (22) o estudo inédito "Desastres naturais no RS - ocorrências no período de 2003 a 2021". Os dados mostram que nos últimos 19 anos o Estado registrou 4.230 ocorrências de desastres naturais, conceito que abrange fenômenos extremos ou intensos, que causam danos que excedem a capacidade da comunidade atingida em conviver com o impacto provocado.

Temporal causou estragos em Canoas em agosto deste ano
Temporal causou estragos em Canoas em agosto deste ano Foto: Paulo Pires/GES


Nos últimos quatro anos, entre 2017 e 2021, 4,44 milhões de pessoas em 482 dos 497 municípios do RS foram afetadas por estes eventos naturais. Os prejuízos econômicos contabilizados nesses eventos nos quatro anos foram estimados em R$ 22,9 bilhões, sendo 97,6% no setor privado e 2,3% do poder público.

A pesquisa foi feita pelo Departamento de Planejamento da Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG) e pela Defesa Civil Estadual. "O principal objetivo do estudo é nos auxiliar nas ações preventivas, assim trabalhamos em questão de subsídios para pensar em políticas ambientais, que é o propósito deste estudo", explica o subsecretário de Planejamento Antônio Cargnin.

Transtornos

Durante a divulgação, em coletiva de imprensa na terça-feira, através do YouTube, foram apresentados dados que demonstram a ocorrência de eventos como movimentos de massa, inundações, enxurradas, alagamentos, tornados, granizo, chuvas intensas, vendavais, geadas, ciclones, estiagens e secas, além de danos humanos, materiais e os prejuízos econômicos no período.

"O estudo é muito profundo e é de extrema importância para a Defesa Civil, não só para o Rio Grande do Sul, mas para Paraná e Santa Catarina, onde costumam refletir os desastres. É uma visão geral do que acontece e pode vir a acontecer em locais do Estado", salienta o chefe da Casa Militar e coordenador estadual de Proteção e Defesa Civil, coronel Júlio César Rocha Lopes.

O estudo

Segundo o pesquisador Bruno de Oliveira Lemos, os dados foram de decretos reconhecidos pela Secretaria de Planejamento do período de 2003 a 2021, com um recorte de 2017 a 2021, época com maior nível de recortes.

"Avaliamos os dados ambientais com base na regionalização das nove Coordenadorias Regionais da Polícia Civil. São 497 municípios. A regional 1- Porto Alegre abrange as cidades da região metropolitana, Vale do Sinos e litoral norte", explica Lemos.

Riscos para a região a longo prazo

Conforme Lemos, os dados mostram que a regional 1 teve ocorrência em movimento de massa, inundações, enxurradas, onde 7.993 pessoas foram atingidas pelo evento, sendo 61,1% da região de Porto Alegre. "Vendavais tivemos 419 ocorrências, com maior incidência nos meses de agosto, onde 271 municípios das regionais 1, 2, 3, 5 e 6 emitiram decretos", esclarece o pesquisador.

A pesquisa detalhada será enviada para todos os municípios para que os Planos de Contingências sejam atualizados conforme os dados. "Vamos agir para trabalhar em conjunto com vários órgãos. Estamos sugerindo que tenham recursos para construção de cisternas e açudes, além de elaborar estudos em relação climática para que as cidades mais atingidas sejam alcançadas antes com os recursos", diz o coronel.

A secretária do Meio Ambiente e Infraestrutura, Marjorie Kauffmann, reforça que as ações serão baseadas em estudos a médio e longo prazo. "A médio prazo pensamos na logística hídrica de nosso Estado e a longo, pensamos em grandes barragens que podem ser acessadas nas faltas de água, projeto maior para que possamos manter o abastecimento regular. Esses são os planos independente da transição da Secretaria", afirma Marjorie.

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