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Policial militar é preso por suspeita de matar e simular suicídio da companheira em Guaíba

Segundo as investigações, o homem de 26 anos teria ido a festas após cometer o crime e para ter um álibi chamou um familiar da vítima para o levar pra casa

Por Ubiratan Júnior
Publicado em: 28.11.2022 às 18:33

Um policial militar de 26 anos foi preso em flagrante na manhã do sábado (26) por suspeita de matar a companheira asfixiada em Guaíba, na região metropolitana de Porto Alegre. Segundo a Polícia Civil, após cometer o crime ele teria tentado simular que Mariana Canofe Marques, de 21 anos, teria cometido suicídio. O nome do brigadiano não foi informado.

Policial militar é preso por suspeita de matar e simular suicídio da companheira em Guaíba
Policial militar é preso por suspeita de matar e simular suicídio da companheira em Guaíba Foto: IGP


“Ele fez parecer que ela havia se enforcado num fio de luz”, afirma Karoline Callegari, titular da Delegacia de Polícia do município. Para a investigação, Mariana teria sido morta por volta das 2h30 daquela madrugada, pois uma testemunha disse que viu ele fechando a janela da casa pelo lado de fora. “A gente presume que ele pulou a janela para depois retornar ao local do fato pela janela”, aponta a delegada.

Na madrugada, segundo as investigações, o suspeito teria ido a pelo menos duas festas. Depois chamou um motorista de aplicativo, que é primo da Mariana, e então "foi para uma casa onde ainda possui peças de roupas e móveis. Ficou conversando com esse rapaz e aduzindo que a vítima estava muito ansiosa nos últimos dias, que havia mudado o comportamento e estava com ideação suicida”.

O objetivo do suspeito era forjar um álibi. “Ele teria chamado um parente da vítima para levá-lo até o local e lá simulou que havia descoberto o corpo”, conta a delegada.

Por volta das 8 horas, chegaram ao local e bateram na porta, mas ninguém atendeu. “Como a vítima não abriu a porta, ele [o suspeito] simulou que arrombou a janela, pois a janela não tinha vestígios de arrombamento, ingressou e deparou com o corpo da vítima”, afirma a delegada.

O brigadiano chamou os familiares da Mariana e também o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que constatou a morte. Uma viatura da Brigada Militar teria percebido a movimentação no local e foram avisados pelo colega de farda sobre a morte da mulher. A Polícia Civil foi acionada para o atendimento do suposto suicídio e a casa isolada para o trabalho dos peritos.

Contradições do policial

Segundo Karoline, os policiais civis que estiveram no local perceberam que havia “algumas situações incoerentes com a hipótese de suicídio”. Além de haver vestígios de sangue, o sofá estava longe do local em que ela teria se enforcado. “Ela também tinha uma lesão sangrante na cabeça, a demonstrar que havia sofrido violência”, detalha.

Outro fato que chamou a atenção da Polícia foi que a perícia não encontrou nenhum sinal de arrombamento na residência, nem mesmo na janela na qual o suspeito teria entrado na casa. “O agressor disse que cortou o cordão que enforcava a vítima na frente do pai dela, mas o pai dela nega. Portanto, o agressor teria sido a última pessoa que viu o corpo da vítima pendurado”, conta a delegada.

Sobre o sangue que havia no sofá, o suspeito disse aos investigadores que havia colocado o corpo da mulher no local junto com o avô dela. No entanto, o idoso nega que isso tenha acontecido.

O casal tinha histórico de brigas, até mesmo com agressões. “Inclusive no dia do fato ele teria brigado com a vítima e chamado os sogros para intermediar a discussão”, revela. Mariana já teve medida protetiva contra o então companheiro, mas, segundo a Polícia, ela desistiu. A motivação para o crime será investigada.

O brigadiano está preso sob custódia da BM e nesta segunda-feira (28) teve a prisão preventiva decretada. 

O que diz a BM

Em nota, a BM solidarizou-se com a família da vítima e disse que “a Corregedoria-Geral da Brigada Militar, o Comando Regional de Policiamento Ostensivo Centro-Sul e do 31ºBPM estão acompanhando os fatos e tomando as demais providências legais.” 

Denuncie violência contra a mulher 

Se você é ou conhece alguma vítima de violência contra a mulher ligue para o canal de denúncias do Governo Federal pelo telefone 180 ou pelo Disque-Denúncia pelo 181. Também é possível acionar a Brigada Militar pelo 190 ou denunciar para a Polícia Civil do Rio Grande do Sul pelo WhatsApp 51 98444-0606.

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