PM e mais cinco pessoas são alvos de investigação federal contra trabalho análogo à escravidão na Serra
Nesta sexta-feira, sete mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Bento Gonçalves e Garibaldi
Um policial militar e outras cinco pessoas estariam envolvidas no caso dos 207 trabalhadores resgatados em situação análoga à escravidão em fevereiro desde ano, segundo a Polícia Federal (PF). Sete mandados de busca e apreensão foram cumpridos pela PF em Bento Gonçalves e Garibaldi, na Serra gaúcha, nesta sexta-feira (17). A operação ocorreu com o objetivo de coletar novos elementos de prova para esclarecimento dos fatos.
De acordo com a PF, a suspeita, é que os seis investigados "integrem uma organização criminosa voltada à prática do crime de submissão ao trabalho escravo". Uma das medidas judiciais foram executadas na casa do PM. A ação foi acompanhada pela Corregedoria da Brigada Militar (BM).
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O delegado Adriano Medeiros do Amaral enfatiza que a investigação prossegue nas próximas semanas. "A gente vai fazer a análise das provas colhidas, vai ser oportunizado aos investigados falar nos autos. Eu vou proceder oitivas de todo mundo. Vou falar também com as vinícolas na sequência para apurar todas as circunstancias."
Sobre o envolvimento das vinícolas com o crime, ele diz que a PF não encontrou nenhum indício de participação. "O que a gente viu foi um contrato de fornecimento de mão de obra por uma empresa terceirizada", afirma.
Investigação
Os trabalhadores eram recrutados em outros estados, principalmente na Bahia, por uma empresa prestadora de serviços de apoio administrativo. Conforme o relato dos resgatados, eles estavam sem receber salários, contraíram dívidas com juros abusivos e tinham a sua liberdade de locomoção restringida, além de sofrerem agressões físicas.