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Notícias | Rio Grande do Sul REVIRAVOLTA NO CASO

MATOU FILHO E MARIDO: Polícia encontra semelhanças entre os dois assassinatos 16 anos após o primeiro crime

Nova investigação aponta que Alexandra Dougokenski foi a autora do crime de 2007; recentemente, ela foi condenada pelo homicídio do filho caçula, Rafael Mateus Winques

Publicado em: 14.04.2023 às 16:51 Última atualização: 14.04.2023 às 17:00

O caso da morte de José Dougokenski, que aconteceu maio de 2007, em Farroupilha, teve uma reviravolta nesta semana. Após uma nova investigação, a Polícia Civil concluiu que o homem não cometeu suicídio como havia sido avaliado na época. Os investigadores afirmam que ele foi morto pela ex-companheira Alexandra Dougokenski.

A reviravolta no caso aconteceu depois que ela foi condenada pela morte do próprio filho, Rafael Mateus Winques, de 11 anos, assassinado em 2020 na cidade de Planalto.


Alexandra Dougokenski
Alexandra Dougokenski Foto: Juliano Verardi

A investigação da morte de José havia sido concluída no mesmo ano em que o fato aconteceu na casa onde moravam, pois os elementos indicavam suicídio. No entanto, com o surgimento de novas provas, o caso foi reaberto no dia 19 de janeiro, um dia após Alexandra ter sido condenada a mais de 30 anos de prisão pela morte do caçula.


Para chegar a esta conclusão, a Polícia realizou diligências no local do crime em 2007, ouviu 13 testemunhas e interrogou a acusada. Um novo laudo pericial também foi solicitado a partir das novas evidências encontradas.

Além disso, a investigação solicitou acesso às provas contidas na ação que tramitava na Comarca de Planalto, sobre o caso Rafael.

As evidências testemunhais, periciais: comparativas (com as provas do caso Rafael) e conflitantes entre o relato de Alexandra e as demais provas foram determinantes para a reviravolta.

Conforme a investigação, a posição do corpo de José era incompatível com relato da acusada, e a corda no pescoço não condizia com um suicídio.

A Polícia afirma que a morte de José tem semelhança com o assassinato de Rafael, como os tipos de cordas e nós utilizados, além de terem ocorrido durante a madrugada, além de ter a mesma pessoa como suspeita.

Ela não será indiciada

O delegado responsável pela nova investigação, Éderson Bilhan, explica que Alexandra não será indiciada pela morte do ex-companheiro, pois o caso já prescreveu.

Na época do crime, a acusada tinha 19 anos e a ordenamento jurídico prevê a redução da metade dos prazos de prescrição quando a pessoa suspeita era, ao tempo do fato, menor de 21 anos.

O tempo de prescrição de homicídios é de 20 anos, que é reduzido a 10 anos neste caso. Como o assassinato aconteceu em 2007, o caso prescreveu. Por essa razão, ela não pode mais ser punida pela morte de José.

A Polícia afirma que a mudança no caso não é resultado de inércia dos órgãos que atuaram em 2007, tendo em vista que os indícios da época apontaram que teria sido suicídio. Também exclui a hipótese de falha da própria instituição, do Instituto Geral de Perícias (IGP) ou Ministério Público.

“Os novos fatos surgiram apenas em 2020, quando o fato, tecnicamente, já estava prescrito. Aliás, a prescrição só foi detectada na parte final desta investigação, dada a peculiaridade do caso, e por se tratar de situação jurídica de ordem pública, foi encerrada, apesar de o fato já estar satisfatoriamente esclarecido”, conclui o delegado. 

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