Julgado pelo TSE, Bolsonaro volta a defender o voto impresso durante passagem pelo RS

Durante ato de filiação do Partido Liberal (PL) nesta sexta-feira (23) na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a defender o voto impresso. Bolsonaro desembarcou ontem no Aeroporto Salgado Filho e cumpre o segundo dia de agendas na capital gaúcha.

"Lá atrás [2015], aprovamos o voto impresso. A presidente [Dilma Rousseff] vetou, derrubamos. Aí as pessoas dizem 'não vale', que é inconstitucional. Para nós, passou a ser crime discutir o sistema eleitoral, como passou a ser crime discutir os efeitos colaterais da vacina", declarou Bolsonaro no Teatro Dante Barone, levantando dúvidas, mais uma vez, sobre a eficácia dos imunizantes, sem apresentar evidências.

Durante o discurso nesta manhã, o ex-presidente, que ultimamente vinha buscando se distanciar dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro em Brasília, condenou as prisões dos envolvidos no ataque às sedes dos Três Poderes. "Temos uns 300 irmãos presos em Brasília, sem direito a legítima defesa, sem acusação formal", criticou, recebendo apoio da plateia.

Esta é a primeira visita de Bolsonaro ao Estado desde a derrota nas urnas em 2022. A viagem ocorre a convite do deputado federal Giovani Cherini, do mesmo partido.

Julgamento no TSE

Na quinta-feira (23) pela manhã, enquanto o ex-presidente desembarcava em Porto Alegre, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) começava a julgar uma ação do PDT contra ele por abuso de autoridade e uso indevido dos meios de comunicação. Se condenado, Bolsonaro pode ficar inelegível por oito anos. 

• Bolsonaro é recebido por apoiadores em Porto Alegre em dia de julgamento no TSE

O Tribunal discute se houve excesso durante uma reunião com embaixadores estrangeiros meses antes das eleições de 2022, no Palácio da Alvorada. Na ocasião, o então presidente atacou as urnas eletrônicas, sem nenhum fundamento, e desinformou sobre o processo de votação. Houve transmissão do encontro nas redes sociais de Bolsonaro e pela TV oficial do governo.

No evento em Porto Alegre nesta sexta-feira, ele comentou sobre o julgamento, que terá sequência na próxima terça-feira (27), e os planos para os próximos anos.

"Lógico que eu não quero perder meus direitos políticos. Inclusive disse outro dia: 'Estou pensando em ser candidato a vereador no Rio de Janeiro' Qual o problema? Não há demérito nenhum", disparou. "Em 2026, se estiver vivo até lá e também elegível, se essa for a vontade do povo, a gente vai novamente à disputa pela Presidência."

A expectativa é que o julgamento se encerre na quinta-feira (29), caso não haja pedido de vista por parte de nenhum ministro.