Ciclone extratropical é o primeiro de vários episódios extremos de chuva e temporal no RS, diz meteorologista
Segundo semestre de 2023 estará sob influência do El Niño. Confira como fenômeno pode impactar no clima do Estado
O ciclone extratropical que atingiu o Rio Grande do Sul entre os dias 15 e 16 de junho deixou casas alagadas, causou queda de pontes e barreiras, assim como o total de 16 mortes. Segundo a meteorologista Estael Sias, o fenômeno climático é um dos maiores desastres naturais da história do Estado e, no entanto, não será o último evento que pode trazer excesso de chuva e rajadas de vento em 2023.
Conforme a especialista da MetSul Meteorologia, o segundo semestre deste ano estará sob influência do El Niño, o que pode elevar o risco para precipitações muito acima da média com acumulados altíssimos em curto período ou sequência de dias. De acordo com Estael, o período mais crítico começa no fim do inverno e atinge seu pico na primavera. Há risco de temporais também no verão, podendo se estender até o outono de 2024.
"Há um risco muito alto de elevada frequência de temporais de vento, raios e granizo durante o segundo semestre deste ano e no verão de 2024, uma vez que a atmosfera estará muito mais úmida e com temperatura acima da média. Calor e umidade são os ingredientes principais para tempo severo", explica a meteorologista. A perspectiva é "de chuva acima a muito acima da normal climatológica", em particular no RS.
El Niño ganha força
O fenômeno se intensifica nos próximos meses e é cada vez maior a probabilidade de um evento de forte intensidade. Modelos projetam, inclusive, anomalias de temperatura da superfície do mar jamais documentadas no Pacífico. Isso pode fazer com que o El Niño de 2023/2024 seja excepcionalmente intenso, "mas a intensidade a que pode chegar ainda é questão em aberto".
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No Atlântico Norte, por exemplo, a temperatura da superfície do mar bate recorde no Reino Unido e Irlanda, mesmo com o fenômeno climático em estágios iniciais.
"Quanto mais quente os oceanos, maior a energia liberada na atmosfera. A energia acaba sendo descarregada em fenômenos atmosféricos como ciclones, chuva e tempestades, o que fará com que os eventos extremos aumentem globalmente nos próximos meses", alerta Estael.