CASO GABRIEL: Policiais acusados de matar jovem são julgados nesta semana; veja detalhes
Réus passarão por interrogatório e julgamento na Justiça Militar. Corpo da vítima foi encontrado uma semana após abordagem policial em agosto do ano passado
Gabriel Marques Cavalheiro, de 18 anos, desapareceu após uma abordagem policial em 12 de agosto do ano passado, em São Gabriel, cidade localizada no sudoeste gaúcho. Uma semana depois, o corpo do jovem foi encontrado em um açude.
No fim daquele mês, a perícia identificou que a vítima foi morta por uma hemorragia interna causada por golpe de "objeto contundente" na região cervical. Em novembro, o Instituto-Geral de Perícias (IGP) levou 13 horas para fazer a reconstrução simulada do assassinato.
Quase um ano após o crime, os três policiais acusados de matar Gabriel, o sargento Arleu Cardoso Jacobsen e os soldados Cleber Renato Ramos e Raul Veras Pedroso, vão à Justiça Militar para responder pelos crimes de ocultação de cadáver e falsidade ideológica. O interrogatório e o julgamento ocorrerão em Porto Alegre, entre esta quarta (19) e quinta-feira (20).
Dinâmica do julgamento
Nos dois dias, os três serão interrogados e julgados a partir das 13 horas na sede do Tribunal de Justiça Militar do Estado.
Os réus serão julgados pelo Conselho Permanente da Justiça Militar, que é composto por cinco membros: uma Juíza de Direito - que preside o Conselho, um oficial superior e três oficiais, capitães ou tenentes. O grupo funciona para todos os processos envolvendo as praças da BM durante três meses consecutivos.
Os cinco integrantes do Conselho exercem o seu voto. Pela ordem, a magistrada presidente do conselho profere seu voto. Na sequencia, vota o oficial de menor posto na composição, e assim sucessivamente, até o voto do oficial mais graduado.
Contraponto
As advogadas Vania Barreto e Shaianne Lourenço Linhares representam Ramos e Pedroso e informaram que estão preparando a defesa para expor em plenário e afirmaram ainda que os soldados são inocentes. Veja nota:
"Esperamos que a Justiça triunfe e os policiais militares sejam absolvidos, visto que não cometeram os crimes que lhes são atribuídos. Continuamos afirmando, com convicção, que durante a abordagem não houve agressão alguma ao Gabriel. Que apenas lhe conduziram até a localidade de Lava Pés, a pedido do próprio Gabriel que, perguntado aonde queria ficar, pediu que lhe deixassem em Lava Pés. Quando Gabriel desembarcou da viatura estava vivo e bem."
O advogado Mauricio Adami Custódio, que representa o sargento Jacobsen, não retornou a reportagem até as 14h45 desta terça-feira (18).
Homicídio será analisado na Justiça comum
Os acusados estão presos desde 23 de agosto. Uma semana depois, foram indiciados pela Corregedoria-Geral da BM por ocultação de cadáver e falsidade ideológica. Em 1º de setembro, foram indiciados pela Polícia Civil.
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O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) informou na segunda (17) que ainda faltam algumas diligências para, futuramente, ser designada uma próxima audiência. O órgão público deve anunciar se os acusados irão ou não a júri após a finalização de todas as diligências, finalização das audiências e apresentação de memoriais autorais e defensivos.