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Tecnologia precisa ser vista como aliada no retorno ao ensino

Secretário estadual de Educação, Faisal Karam, destaca as aulas remotas e os desafios na qualificação de professores e dificuldades por alunos

Por Bruna Matana
Publicado em: 05.08.2020 às 05:00 Última atualização: 05.08.2020 às 09:11

Faisal Karam, secretário de Educação do RS
A pandemia do novo coronavírus exigiu uma nova forma de pensar o fazer educacional. As mudanças se refletiram em todas as esferas, seja na educação infantil ou no ensino superior, e para o governo do Estado não foi diferente. Diante do cenário imposto pelo isolamento social, foi necessária uma "reviravolta na forma tradicional de chegar ao aluno", conforme destaca o secretário estadual de Educação, Faisal Karam.

Dentro dessa perspectiva, segundo Karam, uma nova "modelagem" teve que ser criada rapidamente. "Não houve um planejamento. O setor público no País, como um todo, na educação, ele nunca conseguiu se planejar a médio e longo prazo. A maior prova disso é nós estarmos no quarto ministro da Educação em pouco mais de um ano e sete meses de gestão do atual presidente da República", salienta.

Conforme o secretário, mesmo diante das incertezas que a educação pública vive no País, assim que começaram os primeiros casos do novo coronavírus no Estado, houve movimentação na Secretaria Estadual de Educação, e em todo Brasil, em busca de soluções que pudessem levar o maior número possível de alunos a ter contato pedagógico com professor, escola e ferramentas tecnológicas.

"Esse é o grande desafio. De, em um curto espaço de tempo, fazer uma mudança, de mais de 50 anos, tranquilamente, na formatação de dar aulas, de estar presente com o aluno, interagindo com ele, dando aula na sala de aula, para uma modalidade nova de ensino que é impessoal", pontua.

Desafios

Nesse contexto, Karam destaca que as mudanças passam pela capacitação dos professores que têm dificuldade de lidar com ferramentas tecnológicas, os alunos que estão vulneráveis em termos sociais e financeiros e não têm uma ferramenta disponível em casa, além da falta de estrutura que o Estado tem, como acesso à Internet. "Tudo isso é somatório de decisões que tiveram que ser tomadas, em um curto espaço de tempo, para mudar essa realidade de não ficarmos parados ao longo desses cinco meses".

Os educadores passaram por um processo de letramento digital e o governo está adquirindo 50 mil Chromebooks (notebooks com sistema operacional da Google), que possuem as ferramentas para aula remota, e que devem ser disponibilizados aos professores da rede.

Legados da pandemia

O secretário estadual de Educação salienta que o futuro é tecnológico. "Não existe outro caminho para o Brasil, em termos de produtividade, de competitividade com países mais avançados do mundo, se nós não partirmos para tecnologia e para cursos de formação rápidos." Karam lamenta as perdas da pandemia, mas diz que ela permite enxergarmos um novo horizonte de oportunidades, de nos reinventarmos, nos adequarmos a uma nova realidade que nos torne mais competitivos, mais ávidos em termos de conhecimentos e de novas oportunidades.

Ser Educação no fomento a boas ideias

Diante do cenário imposto pela pandemia, o secretário destaca iniciativas como o projeto Ser Educação, do Grupo Sinos. "O Grupo Sinos, historicamente, tanto através dos seus jornais quanto da Rádio ABC, que tem um número muito grande de ouvintes, sempre teve um vínculo muito forte com a educação, sobretudo no Vale do Sinos, como ações voltadas às escolas e crianças nos anos iniciais, com encartes nos jornais e assim por diante", pondera. Ele ressalta que várias vezes o Grupo Sinos foi patrocinador ou parceiro das prefeituras da região em premiações e reconhecimentos de ações voltadas à educação, como ações ambientais. "Vemos a dedicação que a família Gusmão tem em valorizar a educação. É uma pena que o País inteiro não tenha esse mesmo olhar como tem o Grupo Sinos."

Destaque para o professor

Segundo Karam, o professor continua sendo a ferramenta mais importante no processo educacional, mesmo em um momento de aulas remotas. "Mas agora o educador terá que agrupar seu conhecimento, seu saber dar aula, à ferramenta tecnológica como um complemento atrativo para que o aluno se sinta atraído pela aula do professor, o que é uma grande discussão até hoje", pondera.

A importância da família

Karam destaca que será fundamental a participação da família na maneira de trabalhar aula daqui para frente. "É um momento de revisar a questão dos valores de família, o que realmente é importante para o futuro dessas crianças, que passa pela educação, sem dúvida nenhuma, mas que tem que ter um comprometimento maior, uma aprendizagem das famílias às novas ferramentas."

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