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A surpresa laranja (ou não?) e a volta às aulas

Um dia antes do anúncio de que as aulas presenciais poderão voltar na próxima semana, o Estado alaranjou, após dez semanas de bandeira vermelha, a região metropolitana, possibilitando a polêmica retomada das escolas que já tem a posição contrária de muitos prefeitos, já que está nas maões deles liberar ou não a retomada

Por Guilherme Schmidt
Publicado em: 01.09.2020 às 13:03 Última atualização: 01.09.2020 às 13:05

Nem mesmo os prefeitos imaginavam que a região metropolitana inteira teria suas bandeiras vermelhas relaxadas para a bandeira laranja. Inclusive Porto Alegre. É verdade que os municípios das regiões 6, 7 e 8, por exemplo, onde estão praticamente todas as cidades do Vale do Sinos, como São Leopoldo, Novo Hamburgo e Canoas, devido aos protocolos regionais, já vinham adotando ou podendo adotar flexibilizações alaranjadas. Mas agora, com a mudança do nível de alto risco para médio risco, protocolos de bandeira amarela (baixo risco) poderão ser apresentados. E isso significa uma flexibilização muito maior, a “quase” normalidade em meio à pandemia. E, para reflexão: com tantos casos, tantas mortes e ainda com UTIs operando no teto dá para ver a situação como de risco baixo de contaminação viral? Alguns especialistas atestam que a taxa de transmissão do vírus vem baixando. É uma tendência, mas já daria para segurança para todas estas flexibilizações?

A providencial bandeira flexibilizada

A decisão do Estado de alaranjar as bandeiras foi em cima de recursos das regiões, que, aliás, tiveram as notas mais baixas (quanto mais baixa, melhor) desde junho. Mas é curioso, que, um dia antes do Estado anunciar a retomada das aulas presenciais para a próxima semana, começando pela Educação Infantil, toda a  região metropolitana, onde está cerca de mais de um terço da população gaúcha, fique na bandeira laranja, condição mínima para a retomada das aulas presenciais (só com bandeira laranja ou amarela as aulas presenciais seriam permitidas). Coincidência?

Prefeitos contrários

A maioria dos prefeitos - e cabe a eles a decisão de liberar ou não - é contrária a esta volta às aulas presenciais na próxima semana. O primeiro motivo é que cabe a eles a responsabilidade do retorno do maior contingente da Educação Infantil. O segundo motivo é a falta de tempo hábil, segundo os municípios, para deixar tudo pronto e menos de uma semana para receber as crianças. Não haveria como ajeitar até terça-feira as escolas para todos os protocolos de higienização, distanciamento e organização das turmas.

Aliás, o próprio Estado, anunciou que escolas estaduais só voltam em outubro, o que também levantou o questionamento de prefeitos que colocam isso como prova da necessidade de mais tempo para a reabertura, pois, afinal: se o Estado acha seguro a volta, porque não começou pela sua rede?.

Muita discussão à vista

Enfim, seja qual for a justificativa, muitos prefeitos devem se posicionar contrários à reabertura das escolas. Terão muitas pessoas favoráveis a eles, mas também terão que enfrentar um grande contingente de pais, principalmente, que querem a volta das aulas. Cederão eles à pressão ou vão buscar um calendário próprio? Setembro começa com muita polêmica e discussões. 

Ficaram em casa

Existem motivos para a volta e motivos para o não retorno às escolas, mas uma justificativa inaceitável para a volta às aulas é de que as crianças foram as menos infectadas pela Covid-19. Isso é lógico: se teve um grupo que ficou em casa foram as crianças, já que não tinham aulas, praças, parquinhos, cinema ou qualquer espaço de lazer abertos durantes as restrições da pandemia.

Isolamento infantil

Aliás, se há algo que comprova que o isolamento era (era porque isso praticamente já inexiste em nossas cidades) a melhor saída são as poucas crianças infectadas. A maioria delas ficou resguardada nos seus lares, com pais e responsáveis seguindo as regras de higienização. 



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