Era uma vez...

Pois não queiram imaginar, pelo título, tratar-se de um conto infantil, o assunto até envolve crianças, mas é muito adulto.

No século passado, em certo território do hemisfério sul, havia um governante supremo, que estava preocupado com os parcos conhecimentos dos seus súditos, uma maneira elegante de não chamá-los de burros. Tudo certamente era consequencia a longo prazo, da invasão do homem branco em terras indígenas e da escravidão dos negros.

Determinou então aquele chefe supremo aos seus auxiliares provinciais e estes por sua vez aos administradores dos vilarejos que oportunizassem a quem quisesse, escolas para educar o povo.

Foi o que bastou para um mandatário provincial articular um plano para distribuir quantas escolas fossem necessárias para que num raio máximo de três quilômetros elas existissem, e assim ocorreu, tudo muito simples, mas com resultados de pessoas lendo e escrevendo, fazendo cálculos através de uma regrinha chamada tabuada (esta por sinal jogada anos depois, à fogueira da inquisição, mas isto é outra estória), estudando a história e a geografia do mundo, enfim, formando bases sólidas para uma continuidade secundária. Talvez vocês não acreditem, mas este mandatário foi taxado de comunista e "convidado" a procurar outras plagas distantes, ou seria preso.

Nos dias de hoje, quando todos parecem surpresos por brasileiros cada vez mais analbabetos e desprovidos da faculdades de interpretar um simples texto, é de fazer-se uma reflexão se isto é ou não mera coincidência de uma situação retrógrada daquele hemisfério distante.

Eu particularmente, continuo convicto, que o pior analfabeto é aquele que sabe ler... mas não lê, por isto, não governa!

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