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Opinião OPINIÃO

Afinal, quantos somos?

Publicado em: 30.06.2023 às 03:00 Última atualização: 30.06.2023 às 13:10

Os números conhecidos do último Censo do IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística causam espanto, admiração e também decepções. Tem gente que se imaginava em uma comunidade cada vez maior, outros pensavam que, agora, sua cidade "está do jeito que a população preferia", mas agora, na verdade, se decepcionam, pois os resultados mostram-se inseguros, a colocar em risco o modelo até aqui adotado para as verificações periódicas de nossa realidade populacional e econômica.

Manchete de quinta-feira em nosso NH: "Primeiros dados do Censo mostram que Novo Hamburgo perdeu população". Como assim, mais de uma década após a contagem anterior? Cresceram os óbitos? Diminuíram os partos? Cresceu a venda de meios contraceptivos? E como funciona o planejamento educacional, acadêmico e profissional das pessoas?

Verificados resultados recentes de concursos públicos para a Magistratura e o Ministério Público, percebe-se muita migração, mesmo após uma aprovação. Sei de casos de jovens aprovados para serem promotores no Rio Grande do Sul, já empossados e atuando, mas desistindo meses depois, pois uma outra tentativa, em Santa Catarina, concluiu-se com nova aprovação, o que os levou a mudarem de vida, indo embora.

A Prefeitura de Porto Alegre, com clareza e transparência, verificou, fez contas e está revelando o diagnóstico a que chegou, por conta do que se conheceu da divulgação dos dados oficiais do Censo. A tradução é minha: êxodo! Muita gente deixando a Capital.

Enquanto em doze anos (o Censo anterior fora em 2010), algumas cidades vizinhas aumentaram suas populações, um dado sobre Porto Alegre é muito revelador: lá, cresceu muito o número de imóveis vazios.

Hoje, Porto Alegre está atrás de Goiânia, na décima primeira posição entre as capitais estaduais, enquanto a capital de Goiás é a décima. O IBGE informa que essa perda populacional aconteceu em oito das vinte maiores cidades brasileiras.

A conferência, em apartamentos, casas e salas sem ocupantes nos indica que muita gente mudou de endereço e de vida, o que faz compreender o que o Censo quer mostrar. Há a inconsistência do resultado apresentado à Nação. Afinal, mais de um milhão de pessoas não responderam a qualquer entrevista verificadora, seja pela pandemia havida ou por outros fatos, como a falta de recenseadores, ou pela simples negativa de uma resposta por muitos cidadãos. A verdade virá, quem sabe daqui a dez anos.


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Cláudio Brito

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