Nem muito, nem pouco

Uma filosofia sueca, de nome "lagom", me fez lembrar a oração bíblica: "Eu te peço, ó Deus, que não me deixes ficar nem rico nem pobre" (Provérbios 30.7). Este jeito de vida busca a felicidade e o equilíbrio através do "nem muito pouco, nem demais — apenas o suficiente". No trabalho, lazer, alimentação, uso do meio ambiente, consumismo, opiniões, política, em tudo. Conforme um praticante desta filosofia, "o lagom nos ensina a evitar o excesso e a limitação extrema, o que nos permite compreender melhor o que nos faz felizes".

É a solução da pobreza, fome, guerras, destruição do meio ambiente, e de todas as desgraças neste planeta. Imaginem o Elon Musk e seus colegas bilionários adeptos desta ideia? Repartindo suas riquezas com pobres e famintos? Senhores da guerra satisfeitos com os limites de seus territórios? Donos das terras contentes com suas colheitas sem a necessidade de derrubar as florestas? Mas, evidente, pura utopia!

A felicidade e o equilíbrio na vida, no entanto, vão muito além que uma filosofia possa resolver quando tudo neste mundo é pura ilusão, conforme descobre o rico Salomão. E daí, é Jesus quem oferece uma dica: "Não ajuntem riquezas aqui na Terra, onde as traças e a ferrugem destroem, e onde os ladrões arrombam e roubam. Pelo contrário, ajuntem riquezas no céu".

Por isto, então, aquela oração bíblica: "Eu te peço, ó Deus, que não me deixes ficar nem rico nem pobre. Porque, se eu tiver mais do que o necessário, poderei dizer que não preciso de ti. E, se eu ficar pobre, poderei roubar e assim envergonharei o teu nome, ó meu Deus".