SOS saúde

O sistema de saúde brasileiro, sozinho, é responsável por 9,5% do PIB. Terceiro maior empregador do País, é um sistema complexo e integrado onde cada ator tem um papel fundamental para que vidas sejam salvas diariamente. Contudo, o modelo das políticas e do financiamento, tanto do sistema público de saúde quanto do privado, está em uma encruzilhada. O setor está sobrecarregado e enfrenta diversos pontos de pressão, seja por mais acesso, por melhoria no atendimento ou por sustentabilidade financeira.

Acontece que os serviços de saúde precisam de apoio para enfrentar questões tão complexas e para as quais não existe saída óbvia e fácil. Não há dúvida de que as ações do governo federal desempenham um papel central, mas o canal de diálogo é curto ou inexistente. Por isso, a criação da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Serviços de Saúde, a qual presido, é motivo de esperança. Ela será instrumento de diálogo e busca de soluções efetivas para o sistema.

O Sistema Único de Saúde (SUS) sofre com a falta de recursos. Não consegue atender a todas as necessidades da população. O setor privado, embora seja uma opção para aqueles que podem pagar, também enfrenta desafios. Juntos, as Santas Casas, os Hospitais Filantrópicos e a rede privada, acumulam mais de R$ 70 bilhões em dívidas — fruto do subfinanciamento da saúde, incluindo a defasagem da tabela SUS, o que vem levando à judicialização de muitos serviços. Não podemos olhar esse problema com indiferença ou chegaremos a um ponto de insustentabilidade.

Com a Frente vamos construir uma maior integração entre os setores público e privado, a fim de otimizar os recursos e garantir uma prestação de serviços eficiente e acessível. É necessário um esforço conjunto para fortalecer o financiamento da saúde pública, reduzir custos e aumentar a qualidade do serviço oferecido. Estaremos unidos nesta missão.