Fórmula para viver até os 100 anos

Lembro como se fosse ontem. Estava eu, esbaforida de trabalho, atividades domésticas, relatórios para entregar ao curso que realizava na época, quando decidi "descansar um pouco". Lá me fui, de mochila e cuia, ao lar de idosos Santa Ana no apartamento onde minha mãe estava hospedada há alguns anos e me instalei num sofá cama. A ideia era passar uma noite e uma manhã em repouso num local apropriado. Ledo engano, fui acordada às 6 da manhã ao som das bandinhas que soavam em alto e bom tom embalando os abdominais da mãe.

Esta hilária recordação me veio à mente ao assistir o recente lançamento na Netflix: "Como viver até os 100 - o segredo das Zonas Azuis", mesma temática abordada em livro, já há alguns anos no mercado, sobre os hábitos das pessoas mais longevas às quais, em sua totalidade, vivem em pequenos povoados em cinco pontos do planeta.

Claro que minha velha mãe, que partiu aos tenros 95 anos, não finalizou sua vida de forma tão saudável quanto aqueles anciãos que ultrapassaram a barreira centenária, mas dá para se afirmar que viveu bem até os 90, quando começou a apresentar sinais de demência ocasionada por alguns acidentes vasculares cerebrais.

Percebi algumas semelhanças no estilo de vida da matriarca de nossa família em relação àqueles povos. Uma delas é justamente a atividade física. Quando chovia, costumava trotar pelos corredores onde vivia, cultivava suas amizades, orava todos os dias e mantinha nossa família unida. Desconfio que se ela não tivesse feito tantos daqueles deliciosos pavês de chocolate e salsicha enrolada no forno, teria vivido bem até os 100. Só faltou 5!

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