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Cotidiano | Entretenimento Estreia da semana

Após 42 anos, o adeus ao Indiana Jones de Harrison Ford

Quinta aventura do professor e arqueólogo aventureiro chega às telas para encerrar a era de um ícone da cultura pop cinematográfica

Publicado em: 30.06.2023 às 17:15 Última atualização: 30.06.2023 às 17:20

Pa-pa-ra-pa... pa-pa-ra... É difícil se despedir de um personagem tão cativante, com uma trilha sonora tão marcante (ah, John Williams e suas canções-tema) e aventuras tão divertidas de matinê que nos remetem a sensações nostálgicas e dão aquele arrepio. Mas o tempo é implacável até mesmo com os heróis (ainda mais com seus intérpretes e fãs).

Harrison Ford em Indiana Jones e a Relíquia do Destino
Harrison Ford em Indiana Jones e a Relíquia do Destino Foto: Divulgação

Indiana Jones chega ao seu quinto e último filme - pelo menos com Harrison Ford - em tom marcado pela emoção da despedida, da chegada de um futuro que a gente não sabe bem onde vai dar. Pode ser até que surja um novo Indy, assim como 007s surgem (Daniel Craig, por exemplo, levou o personagem a outro nível), mas Ford deu alma icônica ao arqueólogo aventureiro assim como deu a Hans Solo (Star Wars) e Deckard (Blade Runner).

O título Indiana Jones e a Relíquia do Destino já é uma referência à temporalidade do personagem que completa 42 anos da sua criação pela também lendária dupla George Lucas e Steven Spielberg. Aliás, este filme é o primeiro sem Spielberg na direção e Lucas no roteiro.

James Mangold (do ótimo Ford vs Ferrari e dos filmes solo de Wolverine) assumiu o comando e deu a sua visão mais emotiva ao "velho" aventureiro, dando outro ritmo ao septuagenário Jones (na sua bio, Indy nasceu em 1899) do octagenário Ford (que, aliás, homenageado em Cannes, na première do filme, fará 81 em julho). A questão temporal ganha simbologia visual em cena em que ao invés de usar flashbacks se cria uma nova ação ao estilo Indiana com um Ford digitalmente jovializado.

Nesta derradeira parte 5 o doutor Henry Walton Jones Junior (como chamava o pai, sensacionalmente vivido pelo saudoso Sean Connery em A Última Cruzada, de 1989, que já era para ser a aventura final em forma de trilogia - mas depois bateu a vontade de fazer "mais"), já encarando a aposentadoria e o fato de estar "obsoleto", volta a pegar seu chapéu, o chicote e a jaqueta de couro para encarar um velho mal.

A ação se passa em 1969, ano que fecha uma década transformadora com revoluções, golpes, assassinatos, guerras e a chegada do homem à lua. É neste cenário de fim de década que Indy encara, em meio à sua aposentadoria, o mal que inacreditavelmente vemos ressurgir em nossos tempos: o nazismo (agora dito "neo").

No mais, o filme segue a fórmula aventureira habitual, com correrias, traições e situações "quase" sem saída", despertando sentimentos nostálgicos e divertindo a família inteira.

Dá para se afirmar que Relíquia do Destino é uma despedida digna para Indiana Jones e Ford - algo que não dava para se dizer do Reino da Caveira de Cristal (2008).

A crítica se dividiu. Alguns acham que faltou o toque spielberguiano (talvez com aquele saudosismo de quem acompanhou ávido a trilogia inicial da franquia); outros concordam que, se o filme não é uma pérola, certamente encerra a trajetória Indiana/Ford com respeito à alma de divertida matinê aventureira que marcou o personagem. 

Certamente a indústria cinematográfica buscará ressuscitar o arqueólogo aventureiro para as próximas gerações, mas o legado e carisma que Ford emprestou ao personagem serão relíquias inigualáveis.

 

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