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Eleições 2º TURNO

Eduardo Leite anuncia neutralidade para eleição presidencial

Tucano fez o anúncio na sede do comitê de campanha em Porto Alegre na manhã desta sexta-feira

Por Eduardo Amaral
Publicado em: 07.10.2022 às 09:47 Última atualização: 07.10.2022 às 16:39

O ex-governador Eduardo Leite (PSDB), que tenta a reeleição, anunciou nesta sexta-feira (7) que manterá a neutralidade no segundo turno das eleições presidenciais. O anúncio foi feito na sede do comitê de campanha do tucano, na zona Norte de Porto Alegre.

Eduardo Leite em coletiva de campanha para o segundo turno
Eduardo Leite em coletiva de campanha para o segundo turno Foto: Eduardo Amaral/GES-Especial

Ao anunciar sua posição, Leite buscou tirar o debate nacional da disputa local. "Terei o meu lado expresso no meu voto. Eu não vou abrir meu voto para presidente para não contaminar o debate para que não se discuta o Rio Grande, apenas o Brasil", afirmou o ex-governador, para, na sequência, dizer que sua posição. "Não se trata de ficar em cima do muro, se trata de não se permitir que se ergam muros para dividir gaúchos de um ou de outro."

A posição de Leite era esperada pela cúpula petista do Rio Grande do Sul para definir a posição do partido no segundo turno local. Leite, que teve 1.702.815 milhão (26,81%) dos votos, passou ao segundo turno em uma apertada disputa com o candidato petista Edegar Pretto, que recebeu 1.700.374 milhão (26,77%). Ambos ficaram atrás de Onyx Lorenzoni (PL), que recebeu 2.382.026 (37,50%) milhões de votos.

O ex-governador já angariou apoios do PSB, que tem o vice na chapa de Lula, e do PDT, partido que teve Ciro Gomes na disputa presidencial.

Em seu pronunciamento, Leite se apresentou cercado de políticos aliados dos quais nenhum, até o momento, declarou apoio ao petista, em contrapartida, vários, como Ana Amélia Lemos (PSD), manifestaram apoio a Bolsonaro. Para evitar atritos locais, o ex-governador optou por não falar do País. "Na nossa eleição o meu lado, só pode ser um lado, o lado do Rio Grande", afirmou durante o pronunciamento.

Todo o discurso de Leite transcorreu no sentido de se colocar acima da disputa nacional. "Eu cheguei no segundo turno com a confiança de mais de um milhão e 700 mil gaúchos que não votaram em mim por ser Lula ou Bolsonaro".

Logo após o discurso, o ex-governador respondeu aos questionamentos da imprensa, que seguirão buscando, por parte do candidato à reeleição, uma posição sobre a questão nacional. Leite manteve a postura pouco clara, sem abrir voto nem sinalizar para nenhum lado, afirmando que durante o seu governo dialogou com o PL de Bolsonaro e com o próprio PT.

Nova campanha

A busca por regionalização eleitoral se viu também no material gráfico presente no comitê de campanha do candidato. A chapa de Leite e Gabriel Souza (MDB) trocou toda a identidade visual da campanha, apostando nas cores da bandeira do Estado. Afora isso, Leite demonstrou que sua aposta, mais do que atrair eleitores de Lula e Bolsonaro, será desidratar o adversário, Onyx Lorenzoni.

Pela primeira vez na campanha, Leite usou o caso do caixa 2 de Onyx Lorenzoni, prática assumida pelo candidato do PL em 2020, ao comparar os adversários de outras eleições. "Fizemos em eleições passadas o debate político, na arena política da divergência, fazendo o cotejamento de duas candidaturas, mas dentro de um ambiente respeitoso, que possa ser eventualmente até mais ácido nas críticas, mas nunca coloquei em dúvida a idoneidade do meu adversário, o que infelizmente é posto ao meu adversário nesta eleição que foi praticante de um crime confesso de caixa 2 em campanha eleitoral."

Em 2017, Onyx gravou um vídeo assumindo ter recebido R$ 100 mil em caixa 2. O caso chegou à Justiça e em agosto de 2020. Já ministro do governo Bolsonaro, ele fechou um acordo de não persecução penal, evitando assim que fosse punido. Mesmo o caso já sendo de conhecimento público, ele não foi um impeditivo para que Leite convidasse o filho de Onyx, o deputado estadual Rodrigo Lorenzoni (PL), para assumir a Secretaria de Turismo do Estado em 2019, cargo no qual ficou até 2021.

Outra aposta de Leite foi apontar Onyx como incompetente, citando suas passagens nos ministérios do governo Bolsonaro. "Passou por cinco ministérios não porque seja de excepcional qualidade, mas porque não funcionou em nenhum deles."

A campanha de rádio e televisão no Estado começará na próxima semana por acordo feito entre as duas chapas. O início oficial seria nesta sexta-feira (6), mas foi adiada para quinta-feira (13).

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