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Esportes CORREDORA E COZINHEIRA DE MÃO CHEIA

Conheça a atleta de Morro Reuter que começou a correr aos 39 anos e se tornou destaque no Brasil

Marlei Willers vem conquistando medalhas por onde passa; ela divide seu tempo entre os negócios e os treinos

Publicado em: 09.06.2023 às 08:00 Última atualização: 09.06.2023 às 08:52

Quando para muitos a vida começa a desacelerar a partir dos 40 anos, para a atleta e empreendedora Marlei Willers foi o contrário. De forma despretensiosa a corredora, que é natural do Paraná, mas vive em Morro Reuter há 30 anos, começou no atletismo e hoje, aos 45 anos, é um dos principais nomes brasileiros na modalidade.


Marlei Willers, de Morro Reuter, venceu a Maratona Internacional de Porto Alegre na categoria feminino
Marlei Willers, de Morro Reuter, venceu a Maratona Internacional de Porto Alegre na categoria feminino Foto: Pedro Piegas/PMPA

E foi acelerando suas passadas que conquistou, no último fim de semana, a 38ª edição da Maratona Internacional de Porto Alegre. Marlei percorreu os 42 quilômetros pelas ruas da capital gaúcha em 2h40min59seg. Ela desbancou corredoras de diversos países, incluindo do Quênia e da Etiópia.

"É uma alegria tão grande que não dá pra expressar em palavras. Não foi algo que eu planejei para a minha vida porque a corrida era sem propósito, só para fazer uma atividade, mas quando percebemos que daria para ir longe, eu abracei a ideia e trabalhei muito para isso acontecer. Correr 42 quilômetros há cinco anos era um sentimento de loucura e hoje é uma vitória", revela a atleta.

Talento

Os resultados de Marlei impressionam. Para uma atleta que começou no esporte com praticamente 40 anos, em todas as provas que participa, ela consegue subir ao pódio, e na grande maioria conquistando a medalha de ouro.


"Eu acredito que ela seja um fenômeno. Ela reúne qualidades para ser uma boa maratonista. É uma atleta leve, consegue ter uma boa resistência e, acima de tudo, a dedicação. Podemos ter o melhor biotipo físico, as melhores qualidades, mas se tu não fizer por onde, as coisas não vão acontecer. Então a Marlei é um fenômeno que se dedica muito para conseguir tudo isso", conta o treinador Julio Pauletti, que trabalha com a atleta desde o início.

"Não é normal uma atleta começar com essa idade. O comum é iniciar ali na adolescência, para conseguir estruturar algumas cargas maiores de treino para ser bem sucedido, normalmente, até a vida adulta", completa o técnico.

Preparação para prova

Para competir na maratona de Porto Alegre, uma das mais tradicionais do Brasil, Marlei e seu treinador precisaram mudar a carga dos treinamentos. "Hoje ela treina todos os dias e faz em média 150 quilômetros semanais. Aumentamos há dois meses a quilometragem dela pensando na prova, justamente para ter uma melhora de desempenho", inicia o técnico.

"Associado a esses treinos específicos de corrida, ela faz trabalho de força, de mobilidade, elasticidade, além de uma fisioterapia preventiva. Também tem a parte com uma psicóloga e nutricionista. A Marlei tem uma equipe que faz toda essa parte", completa.

"A minha preparação para essa competição foi bem intensa porque era a minha prova-alvo neste primeiro semestre. Claro, por ser na minha casa, no meu Estado, e também por ser uma prova plana, que é considerada por todos muito boa para conseguir um bom índice", conta a corredora, que acorda diariamente às 4 horas para organizar os treinamentos e o trabalho.

Os treinos ocorrem em Dois Irmãos, e em algumas ocasiões em Morro Reuter. Quando precisa de lugares planos, as atividades são em Novo Hamburgo ou Porto Alegre.

Dona da Preta Pastas

A premiação pelo título da maratona foi de R$ 30 mil, mas Marlei não vive exclusivamente das provas. Na vida da atleta cada segundo conta, e ela divide seu tempo entre as pistas e a cozinha. A corredora deixou o emprego que tinha em Novo Hamburgo em 2019 para poder ter mais tempo livre para se dedicar aos treinos.

Foi nesse período que surgiu a Preta Pastas, empresa que criou para vender comida caseira, sem
corantes e conservantes. Com o tempo mais flexível por causa do negócio que empreendeu, a Marlei conseguiu focar mais nos treinamentos. Entre treinar, cozinhar, vender e entregar, a paranaense foi construindo a sua história no atletismo.

A empresária espera ter mais visibilidade após a conquista na capital. "Espero que não só a corredora, mas a Preta Pastas possa ter um espaço onde eu possa mostrar que não sou só atleta, mas que tenho um negócio e preciso desse valor. A empresa também é um dos meus patrocinadores, foi quem me manteve nos momentos mais cruciais da minha vida. Espero que a Preta Pastas possa vender muito para poder sustentar a Marlei corredora para fazer provas internacionais, alcançar os objetivos, e fazer mais pelo atletismo não só gaúcho, mas também nacional."

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