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Notícias | Canoas Reflexo da Covid-19

Pandemia fecha 554 empresas só neste ano em Canoas

Setor de serviços é o mais atingido, com 60% dos negócios encerrados

Por Bruna Aquino
Publicado em: 10.03.2021 às 08:31 Última atualização: 10.03.2021 às 09:24

Serviços e comércio são os mais afetados pela crise instalada pelo coronavírus Foto: PAULO PIRES/GES
Além de pressionar o sistema hospitalar, a Covid-19 desencadeia uma crise na economia dos municípios que não se supera em 14 dias, como costuma ser a recuperação de pacientes com quadro leve da doença. Somente neste ano, 554 empresas fecharam as portas, segundo dados da Junta Comercial. O segmento de serviços lidera o ranking das extinções, com 334 cadastros cancelados.

Em segundo lugar, o setor que mais fechou em 2021 foi o comércio. De janeiro a 8 de março, 183 empresas deixaram de atuar. A indústria representa a menor fatia dos prejudicados com a pandemia, com 37 empresas encerradas.

Com relação à natureza jurídica desses negócios, o modelo mais afetado é o empresário (E) - pessoa física que exerce profissionalmente uma atividade econômica sem se constituir pessoa jurídica e sem a participação de qualquer sócio, mas que, para fins do Imposto de Renda, é equiparado à pessoa jurídica. Porém, ainda assim e obrigatória a inscrição do empresário na Junta Comercial. Até segunda-feira, foram 458, o que reflete o peso da crise nas costas de quem toca sozinho uma empresa.

Outros dois tipos jurídicos constam no bloco dos encerrados: Sociedade Limitada (LTDA) e Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI), com 82 e 14 extinções, respectivamente.

O porte das empresas fechadas também ajuda a entender os efeitos da crise. A maior parte (313) remete às microempresas (ME). Em seguida, as normais (225) e as empresas de pequeno porte (EPP), sendo 14.

Falta apoio

Entidades que representam o setor entoam há meses o discurso sobre a falta de incentivos. À frente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) do município, Marcos Negrini lamenta a situação. "O setor produtivo está sendo fortemente prejudicado pelas restrições, efeitos de atitudes das quais não é origem. O assunto é recorrente e estou sendo repetitivo, mas é impossível não chamar sempre a atenção para esse fator tão ameaçador à sobrevivência das empresas. Precisamos de medidas efetivas dos governos, nas três esferas, para minimizar os efeitos danosos às atividades produtivas."

Polêmica do ICMS

Na tentativa de proporcionar algum alívio para os empresários, o governador Eduardo Leite anunciou a prorrogação das datas de vencimento do ICMS, passando do dia 12 para o dia 25 nos meses de março e abril, para negócios dentro do regime geral de tributação. Mas a iniciativa não foi bem recebida. Para entidades canoenses, o prazo é muito curto.

"Essa prorrogação é muito pouco. Nós esperávamos o retorno das atividades. Porém, entendemos que estamos todos vivendo uma situação grave. Sabemos que as empresas precisam de um auxílio assim para continuar existindo, mas esperávamos mais", comentou a vice-presidente da Câmara de Indústria e Comércio e Serviços (Cics) de Canoas, Ellen Neumann Bitencourt.

Segundo ela, a iniciativa privada vem sofrendo com a pandemia há um ano e negócios deixaram de existir, o que deveria ser mais um motivo para o auxílio do governo gaúcho ser maior. "Esperávamos pelo menos uma prorrogação maior desses impostos. Deveria ser dado um respiro maior. O prazo que ele (Leite) deu, eu nem sei se as empresas já estarão de volta às atividades", acrescentou.

Negrini compartilha da frustração. "Serão 22 dias de bandeira preta e 13 dias de prorrogação de vencimento. Não é alentador, convenhamos."


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