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Notícias | Especial Coronavírus Coronavírus

Mandetta admite subnotificação de casos e alerta para 'maio e junho muito duros'

Ministro da Saúde falou com exclusividade ao Fantástico

Publicado em: 12.04.2020 às 22:44

Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta Foto: Marcello Casal Jr./ABr/Marcello Casal Jr/ABR
Em entrevista exclusiva ao Fantástico, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, admitiu neste domingo (12) que os números do novo coronavírus são subestimados no Brasil e alertou que as notificações devem aumentar a partir da segunda quizena do mês. "Serão dias duros em maio e junho. Em alguns Estados também em julho", frisou, sem dar detalhes. "Lá no início projetamos que em abril os casos aumentariam e maio e junho seriam meses de estresse no sistema de saúde", completou. O ministro repetiu o que vem dizendo nos últimos dias, que o Brasil é imenso e não pode ser comparado isoladamente a países menores, como Espanha e Itália. "São realidades diferentes."

O ministro voltou a defender o distanciamento social, dizendo que no ministério sua equipe trabalha a "dois metros e meio ou três de distância" e que até agora nenhum caso foi confirmado. Disse sentir saudade dos pais, dos filhos e dos netos, mas que trata-se de um sacrifício necessário. "Quando protege a família da gente estamos protegendo a família de todo mundo", frisou, destacando que os números registrados agora no Brasil são resultado de ações de isolamento implantadas duas ou três semanas atrás. Mandetta lembrou que em nenhum momento o Brasil adotou o modelo de parada total, a exemplo de países europeus. "Diminuímos a mobilidade social, mas não paramos tudo."

Falando direto da sede do governo de Goiás (o governador Ronaldo Caiado foi o principal fiador da indicação de Mandetta e criticou o presidente Jair Bolsonaro por ameçar demitir o ministro), ele chamou atenção para notícias falsas sobre o assunto. "Muita gente vê na internet que isso é fake news, invenção de outros países, gente que acha que é complô mundial. Mas não é", destacou. Questionado sobre as divergências de posicionamento com o presidente, disse que a situação "preocupa". "A população olha e fala assim: o ministro é contra o presidente? Na verdade nosso inimigo é o coronavírus. Se estou ministro da Saúde, estou por obra do presidente. Ele olha muito pelo lado da economia. O ministério entende, mas chama pelo lado de proteção à vida", completou.

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