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Notícias | Especial Coronavírus Ambiente digital

De forma remota e com capacitação dos professores, ano letivo é retomado na rede estadual

Primeiro momento será de adaptação à plataforma on-line, mas conteúdo programático será ofertado a partir de 29 de junho; capacitação já vale como horas/aula, diz Seduc

Por Bianca Dilly e Bruna Mattana
Publicado em: 01.06.2020 às 07:00 Última atualização: 01.06.2020 às 11:10

Atividades serão ofertadas por meio da plataforma Classroom, da Google for Education Foto: Carlos Rissotto/GES-Especial
O ano letivo foi retomando nesta segunda-feira (1º), de forma remota, na rede estadual de ensino. O primeiro momento, segundo a Secretaria Estadual de Educação (Seduc), será de ambientação digital para os mais de 800 mil alunos e 60 mil professores da rede. "As primeiras duas semanas serão de inserção dos docentes e discentes no ambiente digital", informou a secretaria, por meio de sua assessoria de imprensa. O conteúdo programático, no entanto, será retomado com os estudantes a partir de 29 de junho.

Conforme a Seduc, a segunda etapa será de capacitação em letramento digital, na qual os professores terão acesso a formatos de construção de aulas nessa plataforma e os alunos serão avaliados por seus conhecimentos digitais. "Essas atividades já valem como hora/aula", informou a secretaria.

As formações abordarão os seguintes tópicos: Google Chrome, Google Gmail, Google Documentos, Google Planilha, Google Drive, Google Agenda, Google Forms, Google Meet, Google Apresentações, Google Classroom, Oficina de Práticas Pedagógicas sobre Aprendizagem baseada em problemas, Oficina de Práticas Pedagógicas sobre Sala de Aula Invertida e Oficina de Práticas Pedagógicas com TICs Educacionais (Tecnologias da Informação e da Comunicação).

As atividades serão ofertadas por meio da plataforma Classroom, da Google for Education, que cria uma sala de aula virtual. O recurso permite, por exemplo, chamadas de vídeo, apresentações interativas, exibição de aulas síncronas e assíncronas, sala virtual de professores, pátio/recreio virtual para os estudantes e Serviço de Orientação Educacional (SOE), entre outros. É possível marcar presença, fazer avaliações e registrar ocorrências na plataforma.

A Seduc vai oferecer um pacote de dados de internet personalizado para alunos e professores que não possuem acesso à internet. A ação foi viabilizada em parceria com a Assembleia Legislativa através do repasse de R$ 5,4 milhões.

Para os professores que, neste momento, não possuem acesso à internet e dispositivos tecnológicos para a elaboração das aulas, as escolas funcionarão em regime de plantão, respeitando todos os protocolos de saúde, para que possam utilizar a estrutura da instituição de ensino.

A partir de 15 de junho, está previsto o início da segunda etapa do plano de retomada, quando ocorrerá o primeiro momento de retorno presencial - que contempla somente o ensino superior, pós-graduação e ensino técnico subsequente, como estágio curricular obrigatório, tarefas práticas, de pesquisa e em laboratórios. Segundo a Seduc, 41 mil alunos gaúchos devem integrar o processo.

Cpers e Sinepe avaliam retomada

A presidente do Cpers, Helenir Aguiar Schürer, afirmou em entrevista à Rádio ABC 103.3 FM, na última semana, que o sindicato não foi consultado sobre a retomada presencial das aulas de forma escalonada. E, mesmo com as atividades propostas de forma remota, Helenir disse que está preocupada. “Ficamos apreensivos quanto às diferenças em termos de acessibilidade. Muitos, infelizmente, não têm acesso à internet. Isso deixa ainda mais acentuada a disparidade de conteúdo, desde a explicação, uso de ferramentas e até para a preparação para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)”, explicou.

Helenir também comentou acerca da retomada presencial de aulas, que pode ocorrer no início de julho, com a educação infantil. “Não há a mínima possibilidade entre alunos de 0 a 3 anos terem distanciamento de 2 a 3 metros.”

O diretor-geral do 14º Núcleo do Cpers, Luiz Henrique Becker, ressalta que o momento é de reinvenção. “A educação não vai mais ser como a gente conheceu. A mudança maior é a tecnologia. E estamos acompanhando tudo isso muito de perto, para que não tenha prejuízo aos alunos e prejuízo profissional, já que há muito desgaste na categoria”, sublinha.

De acordo com o Sindicato do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinepe/RS), na rede as aulas remotas estão ocorrendo desde março, logo que iniciou a pandemia. Em abril, uma pesquisa feita com 131 escolas associadas apontou que 97,4% delas fazem uso de plataformas online e aplicativos para transmitir conteúdos e manter a interação entre alunos e professores.
Em relação aos conteúdos desenvolvidos neste período de quarentena, 96,2% das escolas informaram que estão apresentando novidades aos alunos. Sobre avaliação, 42% frisam que já haviam realizado avaliações por meio do envio de trabalhos em abril, participação nos recursos tecnológicos, envio de questionários e outros recursos.

Universidades da região se preparam

Na região, as universidades Feevale e Unisinos informam que estão se preparando. A Feevale destaca que está organizando os protocolos para ambientes acadêmicos junto aos setores de Apoio e Segurança. “Em paralelo, está validando os professores que podem retornar (analisando grupo de risco com a Segurança e Medicina do Trabalho)”, comunicou, por meio de nota. Ao longo da semana, a instituição frisa que começará a contatar os alunos, igualmente verificando os grupos de risco e estratégia para atendimento destes.

A Unisinos ressalta que também avança em seu plano de contingência Covid-19. Porém, para evitar aglomerações e o contágio pelo novo coronavírus, as atividades de sala de aula se manterão no ambiente virtual até o final do primeiro semestre. “O plano avança, de maneira responsável, com a retomada progressiva e gradual de atividades práticas presenciais”, resume também por meio de nota.

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