VELÓRIO INTERROMPIDO: Polícia explica por que corpo de mulher foi retirado durante cerimônia
Dinâmica do acidente em Gramado está sendo apurada pela Civil
A moradora de Canela Patrícia Aguiar Cabral, de 40 anos, foi a vítima fatal de um acidente de trânsito registrado em Gramado, na madrugada do sábado, dia 8. Ela estava saindo do trabalho, em um hotel do bairro Planalto, quando foi atingida por um veículo, que fugiu sem prestar socorro.
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Familiares da vítima, nas redes sociais, questionaram os procedimentos adotados. Em nota, a casa de saúde de Gramado informou que não negou atendimento, que Patrícia precisava realizar uma tomografia e que o equipamento não estava disponível, pois passava por manutenção (entre os dias 5 e 10 de julho).
"A transferência foi supervisionada pelos médicos que atendiam ao caso", diz a instituição, afirmando que não faz comentários específicos que possam ferir o sigilo médico ou interferir em investigações.
Identificação
Foi através das redes sociais que a família auxiliou a Polícia na identificação da suspeita do crime. As fotos de peças do carro envolvido no fato foram divulgadas e as informações obtidas levaram até a casa da mulher, de 29 anos, que mora em Três Coroas.
Ela prestou depoimento na tarde da segunda, dia 10, e disse que não lembra do acidente. De acordo com o delegado de Gramado, Gustavo Barcellos, a mulher foi liberada depois do interrogatório porque já não havia flagrante e nem ordem de prisão contra ela.
Uma guarnição da Delegacia de Polícia de Três Coroas foi até a residência da suspeita e encontrou o carro coberto por uma lona. O veículo foi apreendido e deve passar por perícia, assim como a moto que era conduzida por Patrícia.
No interrogatório, a condutora contou à Polícia que, momentos antes do acidente, estava em uma lancheria, em Canela, assistindo ao show de um amigo. Ela admitiu que ingeriu bebida alcoólica, mas afirmou que não foi em grande quantidade.
Acidente
Ao voltar para casa, a Polícia acredita que a suspeita tenha errado o caminho e entrado na Rua Leopoldo Rosenfeld, local do acidente, quando se chocou contra a moto e fugiu sem prestar socorro.
Seguindo em direção a Três Coroas, na RS-115, ela bateu novamente o carro, desta vez contra uma árvore. Um guincho teria sido acionado por um amigo (o músico), que estava em um outro veículo, e viu o segundo acidente.
O delegado diz que o homem prestou depoimento e, na versão dele, contou que não sabia da primeira batida. Barcellos destaca que ele também está sendo investigado e que celulares foram apreendidos.
Barcellos pondera, ainda, que a dinâmica do acidente está sendo apurada, já que não há testemunha presencial do fato identificada e, a princípio, nenhuma imagem do acidente. “A única imagem que a gente tem é de uma câmera que pega as luzes dos veículos”, cita.
Velório interrompido
Um fato que chamou a atenção é que o velório da vítima precisou ser interrompido para que o corpo passasse por perícia. O delegado frisa que também apura possíveis erros de procedimentos, pois o corpo não poderia ter sido liberado sem a necropsia.
“O velório foi suspendido e o corpo encaminhado ao posto médico legal. A família entrou em contato com a Delegacia de Polícia porque já suspeitava do envolvimento de outro veículo. Mas mesmo se ela tivesse caído sozinha, em uma morte violenta, a Polícia tem que ser avisada e o corpo tem que ser encaminhado para a necropsia”, atesta Barcellos.
A Polícia Civil aguarda os resultados das perícias para a conclusão do inquérito.