A frase dita por um representante da administração do Hospital Regina define o que foi a segunda-feira, 20 de abril, na instituição. "Um dia muito difícil", afirma uma fonte que integra a direção da casa de saúde hamburguense. Informações preliminares do SindiSaúde Novo Hamburgo e Vale do Sinos indicam que em torno de 130 trabalhadores foram demitidos.
Na verdade foram 132 desligamentos. É o que informa nota divulgada no fim da noite desta segunda-feira pela diretora-executiva do Regina, Gisele Albaneo. O texto diz que "a pandemia impôs mudanças de toda ordem na sociedade". "Diante da paralisação dos procedimentos ambulatoriais, cirurgias eletivas, explosão nos preços dos equipamentos de proteção individual (EPIs) e da baixa ocupação, a instituição sente os impactos financeiros e buscando mitigá-los, realizou dentre outras estratégias, o desligamento de 132 colaboradores, sendo na sua grande maioria profissionais da área administrativa e apoio. Não foram desligados médicos", acrescentou o texto, concluindo que "o Hospital Regina expressa profunda gratidão a todos os colaboradores, médicos e parceiros, especialmente aos profissionais da linha de frente. Juntos iremos superar esse momento de dificuldades e incertezas".
Segundo a advogada do sindicato que representa os trabalhadores da saúde, Márcia Rigon, a maior parte das dispensas atingiu quem atuava no setor de apoio, ou seja, profissionais da copa e cozinha, por exemplo. Mesmo que menores, os cortes também podem ter atingido profissionais que atuavam na área de atendimento.
Já para quem permaneceu no quadro, a advogada afirma que podem ser adotadas medidas de redução de jornada e salário. "Não estávamos esperando. Até se tentou propor uma redução (de salário e jornada), o que não foi possível", comentou Márcia. "Eles relatam que registraram neste último mês uma queda de 70% na receita", justificou a advogada.