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Notícias | Novo Hamburgo Polêmica

Saiba o que avançou em relação ao kit Covid na cidade de Novo Hamburgo

Município cita necessidade de aumentar estoque dos medicamentos, que podem ser receitados ao tratamento precoce, pois prevê aumento na demanda

Por João Victor Torres
Publicado em: 16.07.2020 às 20:54 Última atualização: 16.07.2020 às 22:08

Hidroxicloroquina e combinação de outros fármacos no tratamento precoce divide médicos Foto: Reprodução
Desde a última semana, Novo Hamburgo vive sob um novo dilema paralelo à pandemia causada pelo novo coronavírus. Trata-se do tratamento precoce para pacientes em fase inicial ou com sintomas leves. Após quase cinco dias de intensos debates na Associação dos Municípios do Vale do Rio dos Sinos (Amvars), prefeitos da região começaram a se posicionar de forma favorável à recomendação, desde que esta seja uma conduta médica e a decisão venha a ser tomada em comum acordo com o paciente. A chefe do Executivo hamburguense, Fatima Daudt, por exemplo, seguiu essa mesma linha.

Só que para prescrever o referido coquetel aos hamburguenses também é necessário ter as doses de ivermectina, cloroquina, paracetamol e azitromicina disponíveis. Conforme o secretário municipal de Saúde, Naasom Luciano, a Prefeitura tem feito todos os esforços necessários nesse sentido. Além disso, explica que, “azitromicina é um medicamento que já distribuímos na rede, assim como a ivermectina. A cloroquina, a gente recebe através do hospital e vem pela farmácia do Estado, no quantitativo que usamos comumente, então, não temos um estoque muito grande. Há algum tempo, nos habilitamos junto ao Ministério da Saúde para recebê-lo. Até o presente momento, não conseguimos recebê-lo, mas estamos esperando”, sinaliza o titular da pasta.

Até em função disso, como a demanda e a procura devem aumentar, há outro dilema enfrentado: a escassez. “Só que esses medicamentos sumiram do mercado, a gente tem registro de preço e vários fornecedores já pediram para desabilitar os itens, porque alegam não ter matéria-prima para entregar. Estamos nessa corrida atrás dos medicamentos para garantir o fornecimento”, complementa o secretário.

Inclusive, nesta semana, o assunto acabou virando tema de projeto de lei (PL) na Câmara de Vereadores. A parlamentar Patrícia Beck (PP) elaborou texto que autorizava a implementação desse modelo de tratamento, mesmo que sem a eficácia científica comprovada ainda, na cidade. Em primeiro turno, a proposição até acabou aprovada por nove votos favoráveis contra quatro. Porém, na apreciação definitiva da matéria, a maioria dos legisladores mudou de ideia e rejeitou o PL, por dez votos a três, na quarta-feira (15). “Não é uma doença que se pode esperar um dia. Ele tem de tomar a medicação na hora. E isso não é um debate político, é uma discussão sobre a realidade que estamos vivendo”, defendeu a autora da proposta.

Em suas redes sociais, Fatima classificou a ação da progressista como “oportunismo”. Patrícia, na tribuna, disse que se tratava de uma “oportunidade” para discutir o assunto. “Muito me espanta parlamentar apresentar projeto de lei de uma decisão tomada e implantada pelo Poder Executivo. Este assunto foi registrado aqui na minha página e na mídia”, escreveu a prefeita em sua conta oficial no Facebook.

Por outro lado, o vereador Enio Brizola (PT) ressaltou que a maior parte dos colegas parlamentares hamburguenses, exceto os emedebistas Raul Cassel e Gerson Peteffi, não são médicos. “Tem muita questão ideológica neste debate. Não vou escutar um presidente louco, moleque. Eu vou me pautar pelo que estão dizendo os estudiosos e especialistas deste assunto”, sustentou o petista. “O que eles dizem: os primeiros riscos destas medicações são os efeitos colaterais, principalmente aos cardíacos. O segundo é a falsa esperança que se cria nelas, de que tomando este kit estão protegidas. É isso que a ACI quer, que os trabalhadores tomem, que a economia não pare nunca”, complementou o petista.

Já a Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Novo Hamburgo, Campo Bom e Estância Velha, que foi referida por Brizola na última sessão do Legislativo, também emitiu posicionamento defendendo a adoção do kit. “Exemplos de sucesso não nos faltam. Basta assistir aos vídeos dos encontros on-line que foram sequencialmente levados ao ar pela ACI, com exemplos extremamente positivos e que estão à disposição de todos – associados ou não - no YouTube. Ou pesquisar de outras fontes, conferindo por si só o que foi feito nos locais em que foi alcançado maior sucesso no combate à pandemia”, defendeu a entidade, em nota publicada nesta quinta-feira (16).

A ACI hamburguense, ainda, questionou o fato de que as duas votações registraram resultados antagônicos, porque na apreciação inicial recebeu a chancela da maior parte dos parlamentares, mas a decisão final acabou por reprovar o projeto. “A pergunta que se impõe é: qual a novidade empírica ou científica que motivou um segundo placar tão díspar do primeiro, apenas dois dias depois? Ou, se não foi isto, qual foi a motivação para tão brusca mudança de opinião da casa?”, complementou a associação.

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