Publicidade
A pandemia mudou a forma de trabalho e, consequentemente, de relacionamento entre as pessoas por conta das restrições para minimizar o contágio causado pelo novo coronavírus. Com isto, os debates sobre o enfrentamento à crise tem ganhado farto espaço na imprensa, mas também aguçado debates acalorados pelas redes sociais especialmente quando há componentes políticos envolvidos. Porém, mesmo indiretamente, as eleições municipais que foram remarcadas para novembro aguçam e colocam sempre um componente extra às discussões.
Em duas cidades do Vale do Sinos, entre a segunda (13) e terça-feira (14), os prefeitos Luciano Orsi (PDT) e Fatima Daudt (PSDB), que chefiam os Executivos de Campo Bom e Novo Hamburgo, respectivamente, protagonizaram duelos com seus opositores no começo dessa semana.
Do lado campo-bonense, tudo começou a partir de uma publicação de Orsi, antes mesmo da divulgação da classificação final das bandeiras divulgadas pelo Piratini na segunda-feira. O prefeito considera injusto o fechamento do comércio, já que esta é uma das regras impostas a quem está sob a faixa de risco alto, como é o caso de Campo Bom.
“Sempre fui favorável ao comércio e um dos defensores da importância incontestável desse serviço para nossa comunidade. Junto com a Associação dos Municípios do Vale do Sinos (Amvars), entramos com recurso para tentar que o governo do Estado reveja seus protocolos de flexibilização. Sou parceiro e me somo a essa luta para mudar essa situação que também considero injusta”, escreveu o chefe do Executivo.
Ex-prefeito e atual secretário estadual da Educação, Faisal Karam (PSDB) retrucou. Em um vídeo de 11 minutos, que foi divulgado na página da pré-candidata do Republicanos ao Executivo, Cleusa Nascimento, que é esposa do tucano, disparou críticas sobre a forma com que o pedetista vem atuando à frente da prefeitura local. “Ao chegar em casa, vi para minha surpresa um videozinho do prefeito Luciano Orsi, o qual transfere a responsabilidade total pela questão do fechamento parcial ou das questões de bandeira para o próprio governador, e para mim, que sou secretário. Transferir responsabilidades aos outros têm sido uma normativa e quase uma regularidade do seu governo”, disse Faisal.
Já na Capital Nacional do Calçado as divergências entre situação e oposição estão atreladas ao tratamento precoce à Covid-19. Após reuniões na semana passada com os demais municípios da Amvars, Fatima se mostrou favorável à adesão da medida desde que seja uma conduta clínica. Ou seja, com isto, possibilitaria aos médicos da rede básica prescrever aos pacientes cloroquina, ivermectina, paracetamol e azitromicina se isso ocorrer em comum acordo entre as duas partes. Porém, a vereadora Patrícia Beck (PP) protocolou projeto na Câmara para assegurar a distribuição gratuita desses medicamentos durante a pandemia, com a devida receita prescrita pelo médico.
Como resposta ao projeto aprovado na noite de segunda-feira (13) em primeiro turno, a prefeita postou uma série de matérias veiculadas na imprensa contendo a indicação da Prefeitura de Novo Hamburgo para possibilitar a utilização do kit Covid a quem está na fase inicial de tratamento. “Muito me espanta parlamentar apresentar projeto de lei de uma decisão tomada e implantada pelo Poder Executivo”, escreveu a prefeita ao classificar a apreciação da matéria como “oportunismo”.
Pouco antes, a vereadora esclareceu a motivação para encaminhar a proposição ao Legislativo. “A ideia é que o Município distribua gratuitamente o kit de medicamentos para o tratamento, desde que seja orientado e prescrito por um médico. O projeto foi aprovado ontem (segunda), mas ainda voltará para votação amanhã (quarta-feira)”, esclarece Patrícia.
