A Prefeita de Novo Hamburgo, Fátima Daudt, afirmou nesta quarta-feira (22) que, por enquanto, o Município não deve passar pelo chamado lockdown, quando há completa restrição do comércio não essencial, limitação da indústria e da construção civil.
"A princípio, não há necessidade de lockdown em Novo Hamburgo. É claro que nós não temos como saber como o vírus vai se comportar. Daqui a pouco, vai ter uma empresa com muitos contágios, como aconteceu nos frigoríficos, pode acontecer numa empresa de Novo Hamburgo, em lar de idosos. A gente depende muito das pessoas para saber se precisará de lockdown. No momento, Novo Hamburgo não precisa", afirmou Fátima em entrevista ao programa Ponto e Contraponto da Rádio ABC 103.3.
Fatima, no entanto, explicou que em Novo Hamburgo, ainda que tenha aumento no número de casos de Covid – atualmente, a cidade tem 1.876 confirmações, sendo 1.121 somente em julho –, a rede de saúde consegue dar suporte no atendimento da população. A prefeita afirmou que leitos de UTI Covid, no Hospital Municipal, também não chegaram a totalidade de uso, mas também declarou que sabe da dinâmica constante das internações.
"Nós temos ainda a possibilidade de compra de leitos nos hospitais particulares e nós temos ainda, agora, a outra etapa do nosso plano de contingência que está sendo feita e entra em operação a partir da segunda-feira que vem", declarou.
Surpresa com a ACI
Durante a entrevista, a prefeita falou ainda da "surpresa" em que recebeu um ofício da Associação Comercial e Industrial (ACI) de Novo Hamburgo, Campo Bom e Estância Velha em que foi intimada a responder uma série de questionamentos sobre a condução da pandemia. Também na edição desta quarta-feira do Jornal NH, a ACI fez uma publicação de um anúncio, no qual faz as mesmas cobranças à Prefeitura.
"Neste anúncio de hoje, me chama muito a atenção, a comparação com Lajeado. Na verdade, Novo Hamburgo e Lajeado tem praticamente o mesmo número de óbitos por 100 mil habitantes. A diferença que existe é que Novo Hamburgo tem 250 mil habitantes e, Lajeado, 78 mil. Este tipo de comparativo é errado. E isso também me causa estranheza neste momento."
De acordo com a Secretaria Estadual da Saúde (SES), Lajeado tem 1.815 casos confirmados e 23 óbitos, o que dá uma mortalidade de 27,4 casos para cada 100 mil habitantes. Com 1.876 casos e 72 mortes, Novo Hamburgo tem uma taxa de mortalidade de 29.2, segundo a SES.
Escute, na íntegra, a entrevista com a prefeita Fátima Daudt