Nove dias após o Restaurante Bifão entrar com o pedido na Justiça Gaúcha, a recuperação judicial foi aceita. Na decisão, publicada na tarde de quinta-feira (29), o juiz titular da Vara Regional Empresarial da Comarca de Novo Hamburgo, Alexandre Kosby Boeira, deferiu o processamento da recuperação judicial e nomeou Thomas Dulac Müller, da Dulac Müller Advogados, como administrador judicial. Ao todo, o passivo do Restaurante Bifão chega a R$ 6 milhões, sendo R$ 4,5 milhões em tributos.
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No despacho, o magistrado fixou o dia 20 de novembro deste ano como a data final para a apresentação do Plano de Recuperação Judicial da empresa. Além disso, em função da pandemia e durante a vigência do Estado de Calamidade, o juiz autorizou a realização de Assembleia Virtual de Credores, mediante o uso de plataforma que permita o cadastramento e participação nas discussões e votações de modo equivalente ao presencial.
Fundado em 1953, o Restaurante Bifão chegou a atender 7 mil pessoas mensalmente. Desde 2019, a administração do negócio retornou às herdeiras do fundador que, identificando um alto endividamento, deram início a um processo de reestruturação para garantir a continuidade da atividade. Com as restrições impostas às atividades econômicas por causa da Covid-19, o restaurante recorreu à recuperação judicial para ganhar fôlego.
De acordo com o consultor Robson Lima do escritório Medeiros, Santos & Caprara, que assessora o restaurante no processo de recuperação judicial, a decisão é positiva. "Permite que o processo possa continuar e, assim, o empreendimento avance em sua reestruturação, mantendo em atividade essa marca tradicional da gastronomia no Vale do Sinos."