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Notícias | Novo Hamburgo Economia

Carreata pede socorro para o setor de eventos

Associação do setor diz que mais de 20 mil trabalhadores estão parados e defende uma flexibilização gradativa seguindo protocolos de segurança

Por Susi Mello
Publicado em: 04.09.2020 às 03:00 Última atualização: 04.09.2020 às 10:01

Após carreata, representantes do setor fazem manifestação em frente à Prefeitura Foto: Inézio MachadoGES/Inézio Machado/GES
O segmento de eventos e festas de Novo Hamburgo, que realizou ontem uma carreata pedindo o retorno às atividades de forma gradativa adotando protocolos de segurança contra a Covid-19, tem mais de 20 mil trabalhadores sem trabalhar por conta da pandemia, segundo a União de Casas de Festas e Eventos (UCFE) do Município. A entidade, que representa proprietários de casas de festas e eventos sociais e infantis, aponta ainda que somente em espaços de festas são 70 sem trabalhar e cinco deles já foram fechados este ano. Há 10 dias foi encaminhado pela associação um pedido de reabertura dos estabelecimentos.

 

A Prefeitura informa que os serviços de eventos e festas seguem fechados em toda a região. A Administração Municipal de Novo Hamburgo, diz nota oficial, reconhece a legitimidade do pedido de representantes do setor de festas e eventos, mas acrescenta que Novo Hamburgo não tem alternativa senão cumprir os protocolos regionais e estaduais em relação à bandeira em vigor. Segundo o comunicado, as decisões do Comitê Técnico da Região 7, composta por representantes das 15 cidades e também por especialistas, já viabilizaram várias flexibilizações, mas sempre embasadas no comportamento da pandemia e na capacidade de atendimento da região.

A carreata do setor na manhã desta quinta-feira teve concentração na Avenida Adão Rodrigues de Oliveira, no bairro Ideal . O trajeto dos veículos incluiu ruas centrais, passagem pela Câmara de Vereadores e passagem por ruas do bairro Canudos até chegar à Prefeitura. Com cartazes pedindo socorro ao segmento, profissionais se espalharam nos canteiros para chamar atenção do poder público em frente ao Centro Administrativo Leopoldo Petry.

O empresário Serafim Marques de Souza Neto, coordenador da comissão organizadora da carreata, frisa que atrás de um evento tem um profissional e atrás dele tem uma família que depende de seu trabalho. "Somos famílias e hoje muitos estão desempregados e desesperados. Estamos vivendo uma situação desumana e desigual", diz.

Beto Serra, um dos participantes da carreata, conta que os eventos que fazia com show de mágicas estão parados. Sua alternativa tem sido trabalhar com perna de pau em frente a lojas.

"O nosso segmento não é olhado. Ele é esquecido e não teve reconhecimento de ninguém", desabafa o empresário do ramo Claudinei Almeida.

Medidas propostas

No documento protocolado pela UCFE/NH na Prefeitura, a entidade propõe medidas de segurança contra a Covid-19. Entre elas estão distanciamento das mesas e cadeiras dos convidados; uso de máscaras de proteção, com exceção no momento de se alimentar; disponibilidade de álcool gel; alimentos servidos em porções individuais em cada mesa; e funcionamento com 50% da capacidade máxima de estabelecimentos em caso de bandeira vermelha, 75% na bandeira laranja, 90% na amarela e 100% na verde.

Quem é afetado

Os profissionais afetados incluem decoradores, cerimonialistas, organizadores de eventos, barmans, locadores de móveis e materiais, garçons, monitores, segurança, confeiteiros, salgadeiras, faxineiras, higienistas, cozinheiros, recreacionistas, DJs e marceneiros. Também transportadoras e lojas de locação de trajes de festas, entre outras. "O setor de eventos é uma indústria de profissões", diz Claudinei Nunes de Almeida, da Inflável Park, que tem mais de 150 funcionários sem trabalhar desde março.

Cíntia Isabela de Oliveira, funcionária de loja que atua com roupas de festa, estava vestida de noiva na carreata para chamar atenção. "Estou em casa há seis meses sem trabalhar e está sendo bem difícil", declarou.

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