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Notícias | Novo Hamburgo EXIGÊNCIA LEGAL

Após polêmicas, formação para motoboys tem busca abaixo do esperado em Novo Hamburgo

Governo municipal determinou em maio um prazo para a regularização dos motociclistas profissionais da cidade

Publicado em: 26.06.2023 às 17:39 Última atualização: 26.06.2023 às 17:41

Passado mais de um mês desde a manifestação dos motoboys de Novo Hamburgo que reivindicavam a oferta de curso profissionalizante para exercer a profissão, a procura se mostrou decepcionante.


Motoboys de Novo Hamburgo realizaram protesto devido o recolhimento de motos em maio | Jornal NH
Motoboys de Novo Hamburgo realizaram protesto devido o recolhimento de motos em maio Foto: Eduardo Amaral/GES-Especial/Arquivo

Da lista de 100 motociclistas que enviaram o nome para o governo municipal com interesse em realizar o curso, apenas 14 participaram das duas turmas abertas no CFC Caberlon, em São Leopoldo, no dia 5 de junho.


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Nesta segunda-feira (26), uma nova turma foi aberta com oito inscritos no total, sendo que apenas cinco são moradores de Novo Hamburgo. Além deles, outros 12 motociclistas da cidade realizaram o curso de atualização.

Ao todo, as três turmas de novos cursistas tiveram 33 motociclistas, dos quais 19 são moradores de Novo Hamburgo. Já na atualização, a turma teve 20 inscritos ao todo.

Diretor Geral do CFC Caberlon, Cloiber Bianchin, faz a ressalva de que alguns dos motociclistas podem trabalhar na cidade mesmo não sendo moradores de Novo Hamburgo.

Mesmo assim, a busca é classificada como baixa e Bianchin rechaça a ideia de que não havia oferta do curso, como alegavam os motociclistas da cidade em maio. “A gente sempre ofertou o curso, o problema é que não tinha procura”, garante Bianchin.

Segundo Bianchin, para as turmas abertas no início do mês estavam disponíveis 40 vagas, em dois turnos. Apenas 25 pessoas compareceram às aulas, sendo que uma delas teve apenas cinco participantes que já finalizaram o curso. Na nova turma aberta nesta semana, oito pessoas procuraram o CFC para se inscrever.

“Essa turma que começou hoje (segunda-feira) estava aberta há três semanas”, conta o diretor-geral do CFC. O custo total do curso é de R$ 443,86, inclusa a taxa da prova teórica. De acordo com Bianchin, este valor pode ser parcelado. Já para quem busca a atualização o custo é de R$ 190,00.

A fiscalização virá

Foi na noite de 23 de maio que uma ação da Guarda Municipal de Novo Hamburgo recolheu oito motos de motociclistas que atuavam sem a autorização legal. A ação gerou revolta na categoria, que no dia seguinte foi até a Câmara de Vereadores e depois se reuniu com representantes do Poder Executivo.

Entre as reclamações quanto a fiscalização mais incisiva estava a falta de locais para realizar o curso de formação exigido por lei federal.

Após reunião com o secretário de Segurança de Novo Hamburgo, general Roberto Jungthon e com o diretor de Transporte da cidade, Leandro de Bortoli, ficou definido um prazo para que os motociclistas realizassem o curso e se regularizassem.

Os motoboys hamburguenses ganharam um período de até 120 dias para realizar a formação. Presidente do Sindimoto/RS, Valter Ferreira, reconhece o pouco interesse demonstrado pela categoria até aqui. “O sindicato fez um acordo com a Prefeitura e ficou a cargo dos trabalhadores (fazerem o curso), infelizmente a demanda alta não está se confirmando”

Ferreira ainda deixa claro que se os profissionais não cumprirem sua parte no acordo, o próprio sindicato ficará de mãos atadas. “ Depois do prazo a fiscalização vem e não terá o que fazer em defesa deles.”

Um dos elementos necessários para exercer a profissão de mototaxista e motofretista é a troca da placa dos veículos, que passa de cinza para vermelha. Porém, o governo Municipal deixa claro que somente isto não garante o trabalho legalizado. “Além da "placa vermelha" os interessados deverão atendar as exigências contidas na Lei Federal ,nas Resoluções do Contran, na Portaria do Detran/RS e na Resolução do Cetran/RS.”

Estas regras dispõe sobre o curso e a respeito também das condições das motos dos profissionais. De forma emergencial, o governo emitiu 110 autorizações temporárias para motofrete, mas de acordo com o município “nenhum destes retornou para complementar seus cadastros.”

Ferreira chama atenção da categoria que segundo a avaliação dele precisa se conscientizar da necessidade de cumprir a lei, até porque um acordo já foi fechado entre as partes. “A lei nacional vai mudar e o curso será mais que obrigatório. Se não fizer agora, depois será pior”, alerta o presidente do Sindimoto/RS.

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