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Notícias | Novo Hamburgo SOLUÇÃO PARA ENCHENTES?

ALAGAMENTOS: Arquitetos e engenheiros dizem que há alternativa para diminuir o efeito das chuvas em Novo Hamburgo; saiba como

Grupo quer acelerar execução de projetos, entre eles a instalação de bacias de detenção

Publicado em: 26.06.2023 às 03:00

A chuva que atingiu Novo Hamburgo recentemente foi histórica. Conforme a Estação de Climatologia de Campo Bom, entre os dias 15 e 16 de junho, alcançou a marca de 209 milímetros em 24 horas. Do mesmo modo, os alagamentos que assolam o Município também já fazem parte da história e se repetem a cada chuvarada, com menor ou maior intensidade.


Casa de Bombas na Vila Kipling, bairro Canudos | Jornal NH
Casa de Bombas na Vila Kipling, bairro Canudos Foto: Débora Ertel/GES-Especial

Existem alternativas para solucionar ou minimizar o problema? A Associação de Arquitetos e Engenheiros de Novo Hamburgo (Asaec) defende que sim e por isso vai organizar um seminário sobre drenagem. A atividade será realizada em julho, ainda em data a ser confirmada.

Casa de Bombas na Vila Kipling, bairro Canudos | Jornal NH
Casa de Bombas na Vila Kipling, bairro Canudos Foto: Débora Ertel/GES-Especial

A ideia é reunir técnicos, gestores municipais e a Defesa Civil para avaliar o sistema de drenagem da cidade e quais ações são possíveis de serem realizadas para melhorar o sistema. A entidade defende ainda que depois do seminário seja elaborada uma comissão, com integrantes da sociedade civil, para fiscalizar e acompanhar o trabalho do poder público. O seminário tem o apoio também do grupo Pensado Novo Hamburgo.


Na sexta-feira (23), uma comissão com integrantes das duas entidades esteve no Grupo Sinos para falar sobre o assunto. Participaram da visita Rosana Opptiz, Renato Pilger, Vitor Hugo Konarzewski, Rachel de Arjona, Susana Maria Marques, Cleonir Bassani e Nabor Torri.

Os técnicos declaram que Novo Hamburgo, apesar de ser a maior cidade do Vale do Sinos, ainda tem alternativas viáveis e não "tão caras" para drenar as águas pluviais.

Dentre elas está a implantação da bacia de detenção do bairro Operário, o correto funcionamento da casa de bombas do bairro Santo Afonso e a ativação da casa de bombas da Vila Kipling, no bairro Canudos, que tem um espaço físico, mas não opera.

Conforme os técnicos, essas melhorias devem integrar um plano municipal de drenagem, com ações articuladas que contemplem fiscalização, desassoreamento e limpezas periódicas de arroios, com foco também na educação ambiental da população.

O grupo critica ainda o conflito entre as prefeituras de Novo Hamburgo e São Leopoldo relacionado à gestão da casa de bombas do bairro Santo Afonso. A situação foi tema de reportagem no dia 22 de junho. A discussão entre as duas prefeituras foi parar no Ministério Público, que tenta intermediar uma solução, mas ainda sem sucesso.

Mapa bacias de detenção

Uma casa de bombas que falta ativar

Em relação à casa de bombas da Vila Kipling, no bairro Canudos, o espaço hoje é usado como moradia e depósito de móveis molhados pela enchente, sem zeladoria do Município.

Na sexta-feira, uma mulher de 45 anos, que prefere não ser identificada, disse que mora no espaço há dois meses porque não tinha mais condições de pagar aluguel. De acordo com ela, desde que ocupou o lugar, os porcos que eram criados ali foram retirados.

Em 2018, a casa estava praticamente pronta, mas não foi inaugurada. Isso porque seria necessária ter uma outra casa de bombas na Vila Getúlio Vargas. Naquele ano, a Prefeitura declarou que readequaria o projeto da Avenida Alcântara para ser realizada uma transposição de canos, de modo que a água fosse levada da Getúlio Vargas para a Kipling.

O diretor de Esgotos Pluviais da Prefeitura, Ricardo Al-Alam, esclarece que a Prefeitura realizou licitação do projeto da casa de bombas e revitalização da Vila Getúlio Vargas, com investimento previsto de mais de R$ 16,5 milhões, no segundo semestre do ano passado. No entanto, nenhuma empresa se mostrou interessada.

"Como são recursos oriundos do governo federal, a Caixa Federal determinou que a Prefeitura faça nova orçamentação das obras e separação dos projetos, um para a casa de bombas e outro para a revitalização da Vila Getúlio Vargas. A Prefeitura concluiu este trabalho, que está em análise na Caixa", explica.

Saída na retenção de água

De acordo com a Asaec, o Departamento de Esgotos Pluviais, órgão responsável por gerenciar a drenagem no Município, foi criado em 1990 e, desde aquela época, já se aponta a necessidade da bacia de detenção prevista para os fundos do I Fashion Outlet.

Em maio deste ano, a área foi declarada de utilidade pública pela Prefeitura. Com mais de 73 mil metros, o local deve ser o principal reservatório do Município, com capacidade de armazenar 647,9 mil metros cúbicos de água, o que equivale a cerca de 20 mil piscinas olímpicas.

No entanto, não há previsão para a instalação. A Prefeitura informou que "o Município irá licitar o projeto executivo logo depois de sua desapropriação. A obra poderá ser orçada após o projeto executivo", mas não deu o prazo.

Hoje, a água que escoa do bairro Rincão Gaúcho, em Estância Velha, dos bairros Roselândia e Rincão, em Novo Hamburgo, e do Travessão, em Dois Irmãos, apenas "passa" por essa área. Com a construção de estruturas de retenção, técnicos defendem, a água seria liberada aos poucos.

Dessa maneira, os transbordamentos na área central, como aqueles ao longo das Avenidas Nicolau Becker e Nações Unidas, seriam resolvidos. Há ainda outras duas bacias projetadas junto ao Centro Social Urbano, no Guarani, e outra para o Arroio Wiesenthal, em Canudos.

No fim de 2022, foi revisado Plano Municipal de Saneamento. Conforme o documento, a implantação dos projetos de bacias de amortecimento devem ocorrer até 2033.

Obras já feitas

A Prefeitura ainda destaca obras que foram feitas e melhoraram escoamento da água. "A atual Administração foi a que mais realizou obras de macrodrenagem, beneficiando praticamente todos os bairros", pontua Al-Alam.

Em destaque, as ampliações e implantações de galerias no Arroio Manteiga nas Ruas General Cândido Mariano da Silva Rondon e Dr. João Daniel Hillebrand; no Arroio Luiz Rau junto à ponte da Rua Manágua e na ponte na Avenida Sete de Setembro; Arroio Gauchinho nas Ruas Rincão, Setembrino Martins e Holanda; Arroio Nicolau Becker nas Ruas Santos com Demétrio Ribeiro; Arroio Pampa na Avenida Alcântara; e ainda na Rua Ícaro, entre outros.

Também foram implantadas e ampliadas canalizações em diversas ruas e avenidas.

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