O município de Parobé, com a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na noite de terça-feira (15), está cada vez mais próximo de uma nova eleição para definir quem comandará a cidade pelo menos até o final do próximo ano. A determinação vinda de Brasília rejeitou recurso por parte da defesa do prefeito Irton Feller (MDB) para obter registro de candidatura. Com a negativa na capital federal, resta como alternativa ao emedebista buscar embargos de declaração para contestar a sentença.
Como o acórdão não foi publicado pela Justiça, que deve servir como nortear as próximas providências perante o caso, restam dúvidas sobre a permanência de Feller no cargo. Com a inelegibilidade do prefeito eleito em 2016, que também atinge a companheira de chapa, a vice-prefeita Marizete Pinheiro (PP), num eventual afastamento imediato quem assume o posto de prefeita interina é a presidente da Câmara de Vereadores, Maria Eliane Nunes (MDB).
Da mesma forma como os demais atores envolvidos no processo, a representante máxima do Legislativo parobeense diz que o momento exige cautela para esperar os próximos passos a respeito do caso. Maria Eliane não faz nenhuma projeção sobre a possibilidade de ser alçada ao Executivo. “Isso é algo que não passa pela minha cabeça neste momento, mas se for a decisão da Justiça, vou procurar me reunir com a equipe e analisar a situação”, afirmou.
A presidente da Câmara fez elogios à gestão de Feller e Marizete e classifica o governo como “ótimo”. Além disso, manifestou a intenção – se efetivamente assumir o cargo – de dar continuidade aos projetos e ações em andamento no município. Por outro lado, afirma que não mudará a postura conciliadora que adota no Legislativo, se chegar ao Executivo.
Feller, em entrevista concedida à Rádio ABC, considera a decisão praticamente “irreversível” e afirma que pretende acatar a determinação judicial. Com um pé fora da prefeitura perante a incerteza se permanece ou não no cargo, o líder do Executivo parobeense evita fazer planos para os próximos dias ou meses. Durante a conversa com o jornalista João Carlos Ávila, no programa Ponto e Contraponto, chegou a afirmar que tem como meta daqui para frente manter as contas e pagamentos em dia.
Por outro lado, fez questão de deixar clara posição de evitar qualquer tipo de interferência numa eventual gestão de Maria Eliane. Feller disse que, se for chamado, poderá colaborar. “Quando ela sentar naquela cadeira, será a prefeita e determinará como as coisas devem acontecer. Não terá nenhuma forma de ingerência da minha parte. Eu posso auxiliá-la, se for o caso, e ela quiser efetivamente isso. Não tenho nenhum desejo de fazer ingerência no governo dos outros”, disse.
Além disso, o emedebista ressaltou que não pretende se transformar numa sombra a quem ficar, eventualmente, em seu lugar. “Já fui prefeito, fui sucessor e sucedido. É muito ruim quando o prefeito anterior não desencarna e fica lá em cima da gente querendo determinar como as coisas devem ser feitas. Tenho isso muito claro na minha cabeça”, complementou.