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Notícias | Região Em busca de oportunidade

Por que o sul da China virou destino de milhares de brasileiros, em especial, de gaúchos

Dongguan, considerada 'a fábrica do mundo', é a cidade com a maior concentração de pessoas que saíram da região

Por Bruna Mattana e Micheli Aguiar
Publicado em: 29.01.2020 às 15:05 Última atualização: 29.01.2020 às 15:06

Cidade de Dongguan é considerada 'a fábrica do mundo' devido a sua capacidade de produção que superou 800 bilhões de renminbi, a moeda local Foto: cms.ati.ms/ Reprodução
O maior parceiro comercial do Brasil também virou um dos principais países de destino de gaúchos, em especial dos moradores do Vale dos Sinos, nos últimos anos. A busca por um emprego de destaque com salário em dólar, motivou muitos profissionais da região a buscarem oportunidades na China, especialmente na área do sapato. Afinal, o Vale do Sinos é especialista em técnica e processo em toda a cadeia coureiro-calçadista, o que nos vale o título de Capital Nacional do Calçado.

Desde 1998, quando uma grande crise atingiu o setor no Brasil, iniciou-se um movimento sem volta. Para produzir calçado de qualidade, os chineses buscaram, na mão de obra qualificada do gaúcho, a experiência necessária para entregar um produto competitivo. Estão por lá técnicos em curtimento de couro, projetistas, modelistas, especialistas em comércio exterior, entre outros tantos profissionais da área calçadista. 

O principal destino é a região sul da China, na cidade de Dongguan, na província de Guangdong e considerada a 'fábrica do mundo' devido a sua capacidade de produção. Por lá, 46% dos brasileiros são gaúchos, vindos em especial do Vale do Sinos. Além do calçado, eles também trabalham na área do vestuário. Só em 2018, o Itamaraty estimava 16,7 mil brasileiros vivendo na China, um salto de quase 50% em cinco anos. 

Dongguan fica a 1000 km do epicentro da epidemia

Dongguan, que fica a 1000 km de Wuhan, cidade epicentro da epidemia de coronavírus, foi a cidade de destino de um projetista, morador de Parobé, de 33 anos. O homem, que não quer ser identificado, diz que reside há seis meses na cidade. "Eu não tinha ouvido falar nada desse vírus, não é normal esses surtos.Os ônibus estão circulando normalmente, mas o transporte por aplicativo não está funcionando. Os supermercados estão trabalhando normalmente, mas alguns itens estão faltando, tipo pão, vegetais e frutas. Vemos poucas pessoas nas ruas", salienta.

Moradores da cidade de Dongguan saem de máscaras nas ruas Foto: Arquivo Pessoal

Ele ressalta que não trabalha desde quinta-feira da última semana. "O Ano Novo Chinês foi prorrogado, em algumas cidades até dia 2 e outras até dia 9 de fevereiro", completa.

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