Montenegro atravessa uma das fases políticas mais conturbadas de sua história. O município do Vale do Caí, de 2015 para cá, assistiu a queda de dois prefeitos. Paulo Azeredo (PDT) e Luiz Américo Aldana (PSB) foram cassados pela Câmara de Vereadores. A dupla vitoriosa nos pleitos de 2012 e 2016, respectivamente, não concluiu seus mandatos à frente do Executivo local. E o fato pode se repetir com Carlos Eduardo Müller, o Kadu (PP). O progressista assumiu a prefeitura em setembro de 2017 em função da saída de Aldana.
Ao longo dos últimos 29 meses, Kadu viu cinco denúncias serem protocoladas no Legislativo com objetivo de retirá-lo da função. A última resultou na abertura do processo de impedimento na quinta-feira (6). Em decisão apertada, com 5 votos favoráveis contra 4 contrários, o atual prefeito será processado pelo parlamento. O pedido foi encaminhado pela eleitora Letícia Silva, 28 anos, e alega supostas irregularidades na prestação do serviço de recolhimento de lixo.
Nesta sexta-feira (7), o progressista se manifestou a respeito do caso. Por meio de nota encaminhada pela assessoria de imprensa, Kadu classifica as denúncias como meramente políticas. "Vamos seguir com nosso trabalho sério, resultado de uma gestão ética e transparente, de construção e de princípios. Não podemos deixar de seguir com nossos projetos, ao mesmo tempo em que trabalhamos para apresentar as defesas necessárias que dizem respeito a este processo", disse.
Além disso, o prefeito exemplificou de que forma analisa o cenário do município, com o terceiro processo de impeachment aberto contra um líder do Executivo em menos de cinco anos. "Lamento esse movimento que representa claramente um ato político que objetiva a desconstrução. O município paga um preço alto por esse tipo de atitude promovida por pessoas que tem interesses escusos à Administração Pública de Montenegro", complementa.
Após a decisão de abrir o procedimento político-administrativo, na mesma sessão foram definidos os membros da comissão processante responsável por analisar a denúncia. A vereadora Josi Paz (PSB) será a presidente, tendo como relator Joel Kerber (PP) e secretário Cristiano Braatz (MDB).
A partir de agora, o Legislativo tem prazo de cinco dias para notificar Kadu. Depois disso, o prefeito terá dez dias para encaminhar uma defesa prévia.