Montenegro passa, pela segunda gestão consecutiva, por processos de impeachment que derrubaram os últimos dois prefeitos eleitos do município nos pleitos de 2012 e 2016, respectivamente. Apesar disso, a cidade situada no Vale do Caí ainda enfrenta este "fenômeno". Desde que assumiu o cargo, em setembro de 2017, Kadu Müller (PP) já viu ingressar na Câmara de Vereadores local quatro pedidos alegando impedimento do progressista.
Três deles não avançaram. Sendo que deste total, dois foram rejeitados e o outro, que foi o quarto e último a dar entrada no Legislativo pela ordem cronológica dos acontecimentos, acabou retirado pelo autor. Este tratava de possíveis irregularidades no contrato para prestação do serviço de recolhimento de lixo. Em função disso, nem sequer passou pela apreciação do setor jurídico Parlamento para saber se teria admissibilidade concedida em Plenário.
O terceiro é o único que permanece em análise e deve ir a votação na sessão de 6 de fevereiro. Conforme o consultor jurídico da Casa, Marcelo Muniz de Moura, com base na avaliação realizada o pedido cumpre os requisitos básicos. Moura reforça que a análise não leva em consideração provas e a materialidade do caso.
Reivindicação
As alegações são de que Kadu teria descumprido alguns itens do Plano Diretor do município. Entre eles de que prazos de adequação dos pontos aprovados na matéria não teriam sido cumpridos por parte da prefeitura. São citados, por exemplo, a implementação do Plano de Mobilidade Urbana e do Patrimônio Histórico e Cultura.
Procurado pela reportagem do Jornal NH, na manhã da última segunda-feira (20), o prefeito Kadu Muller preferiu não se pronunciar sobre o pedido de impeachment que tramita na Câmara de Montenegro.
Duas destas quatro pedidos acabaram sendo arquivados pela Câmara de Montenegro. A terceira denúncia vai ser analisada em plenário. Já a quarta foi retirada pelo autor e não será apreciada.
Kadu era vice de Luiz Américo Aldana (PSB). Tornou-se prefeito pela cassação do ex-titular. Em 2015, quem perdeu o cargo foi Paulo Azeredo (PDT) então chefe do Executivo montenegrino.