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Notícias | Região Polícia

Maníaco da BR-116 é de novo condenado por estupro

Morador de Estância Velha estava em liberdade condicional; em outubro de 2018, assaltou e violentou uma secretária de 20 anos que esperava transporte para o trabalho, no bairro Primavera, em Novo Hamburgo

Por Silvio Milani
Publicado em: 22.04.2020 às 03:00 Última atualização: 22.04.2020 às 08:33

Parada de ônibus na rodovia foi o local da abordagem à vítima, depois obrigada a ir a um matagal próximo com o criminoso Foto: Silvio Milani/GES-especial
O homem que atemorizou o Vale do Sinos no final de 2018, quando ficou conhecido como "maníaco da BR-116", agora coleciona mais uma condenação. Ele recebeu pena de 17 anos e nove meses de reclusão pelo assalto e estupro de uma secretária de 20 anos à margem da rodovia, no bairro Primavera, em Novo Hamburgo. A vítima aguardava ônibus para o trabalho. O autor, que já tinha seis crimes sexuais e vários outros delitos na ficha, estava em liberdade condicional e morava com os pais, no bairro Campo Grande, em Estância Velha. Assistido pela Defensoria Pública, que pediu absolvição sob argumento de falta de provas, Renato Alves Maciel, o Cabeça, 35, se diz inocente. Na época, ele também teria tentado pegar uma menina de 9 anos na BR-116, no Rincão, em caso ainda não julgado.

Material genético

A sentença saiu no último dia 3. "A despeito da negativa de autoria do réu, as provas colhidas são contundentes, demonstrando a prática pelo réu dos fatos descritos na denúncia", considerou o juiz da 2ª Vara Criminal de Novo Hamburgo, Marcos Braga Salgado Martins. Ele mencionou a perícia, que atestou ser de Maciel o material genético colhido na genital da jovem e que a conjunção carnal ficou demonstrada. "Pondero o fato do réu não ter utilizado preservativo na prática delitiva, o que, além do trauma inerente à violência sofrida, trouxe risco à vítima de infecção por doenças sexualmente transmissíveis."

Maus antecedentes

O magistrado observou a submissão imposta à jovem. "Fica claro que o réu valeu-se de sua imposição física perante a vítima, além da simulação de estar armado, para amedrontá-la e subjugá-la." E acrescentou que ela reconheceu o acusado. "Veja-se que a vítima apresentou narrativa segura e detalhada do fato, expondo com segurança que o réu a abordou na parada de ônibus. Cabe destacar que a ofendida não teria motivo para criar uma falsa imputação contra o réu, pois sequer o conhecia anteriormente". Entre os agravantes, o juiz destacou os maus antecedentes, incluindo condenações anteriores por roubo e estupro.

Homem foi capturado no Centro da capital

Com mandado de prisão temporária, depois convertido em preventiva, o suspeito foi capturado na tarde de 16 de novembro de 2018, na Praça 15 de Novembro, no Centro de Porto Alegre, e levado à Penitenciária Estadual de Canoas (Pecan). Maciel estava em liberdade condicional desde abril, quando foi liberado do Instituto Psiquiátrico Forense (IPF), onde era interno na condição de incapaz de responder pelos próprios atos.

Pânico, revolta e traumas

A secretária foi deixada pelo pai às 7h30 na parada de ônibus perto da passarela Oswaldo Kayser. Era 20 de outubro de 2018, um sábado. Ela ficou aguardando transporte coletivo para o trabalho, em São Leopoldo, quando um desconhecido sentou ao lado, fez menção de estar armado, disse que era assalto e pediu dinheiro.

A vítima, que só tinha 50 reais e um celular velho, foi obrigada a caminhar com o criminoso até um matagal próximo. Ela tentou lutar, mas foi dominada e violentada. O homem roubou o que ela tinha, mandou ficar ali e foi embora.

Católica praticante, a hamburguense declarou à reportagem que seria estuprada por mais tempo se não fosse a fé. Segundo ela, quando as imagens religiosas e a Bíblia caíram da bolsa, o criminoso se sentiu intimidado e parou o ato. "Não quero contar detalhes do que aconteceu, mas tenho certeza que fui socorrida por Nossa Senhora."

A jovem pediu socorro, foi levada à delegacia e depois à perícia, em Porto Alegre. Também passou a tomar injeções e um coquetel de medicamentos. Brigada Militar e Polícia Civil entraram em alerta na área. Moradores do Primavera fizeram protestos.

Na tarde de 7 de novembro, outro caso na rodovia. Puxada pelo braço na altura do bairro Rincão, uma menina de 9 anos só não foi arrastada para o mato porque o pai, que vinha atrás, correu para socorrer a filha. Assustada, a criança foi submetida a acompanhamento psicológico. "Aproveitem cada segundo com seus filhos e jamais os percam de vista. Talvez minha filha esqueça disso um dia, mas eu jamais vou conseguir", disse o pai, emocionado. Ele e a menina reconheceram Maciel como autor do ataque.

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