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Uma empresária do ramo do calçado, de 47 anos, relata que foi alvo de golpistas no final da tarde desta quarta-feira (18), em Sapiranga. A mulher conta que, por volta das 17 horas, recebeu uma mensagem pelo WhatsApp de uma amiga pedindo a quantia de R$ 1,5 mil. Ela explica que o estelionatário se passou pela amiga, que também é empresária, para pedir o valor com justificativa que o limite de transferência dela havia excedido no banco e que precisava enviar um dinheiro para pagar um fornecedor.
Entretanto, ela diz que outros conhecidos tentaram fazer a transferência e o valor de ao menos um deles foi compensado na conta dos estelionatários.
No final da manhã desta quinta-feira (18), o delegado de Sapiranga Fernando Pires Branco disse não ter recebido ocorrências sobre estes casos. O registro do Boletim de Ocorrência é a forma de alertar a Polícia Civil sobre o crime e investigá-lo.
A empresária afirma que tanto ela quanto a amiga receberam uma ligação na quarta-feira (17) da pessoa que estaria se passando por entrevistador do Instituto de Pesquisas Datafolha. Para ela, a ligação aconteceu às 19 horas, sendo feitas perguntas sobre a Covid-19, questionando sua idade, profissão, se teve algum sintoma da doença causada pelo novo coronavírus e o que achava das atitudes do presidente Jair Bolsonaro diante da pandemia.
Ainda sem saber que a amiga também havia recebido ligação semelhante e que o pedido de dinheiro que ela já havia recebido era golpe, ela desconfiou do telefonema depois que o golpista disse que enviaria o número do protocolo da ligação por mensagem de SMS e que ela deveria informar os últimos dígitos que eles enviaram.
Ainda na quarta-feira, outra conhecida teria entrado em contato com a empresária avisando que também tinha sido hackeada.
Durante a pandemia, houve aumento expressivo nos golpes pela Internet, o principal deles por meio da clonagem de contas no WhatsApp. Ao todo, no mês de abril golpes de todas as ordens tiveram alta de 35,8% em abril de 2020, comparado com o mesmo mês do ano passado.
Neste contexto, a Polícia Civil lançou nesta quinta-feira (18) uma cartilha alertando para ataques pela Internet. O documento com 18 páginas está disponível para download no site da Polícia Civil.
O material explica como são aplicados quinze dos principais golpes que mais vitimam gaúchos hoje na Internet e também traz dicas para não cair no conto do vigário.
Entre os principais golpes estão os do "bilhete premiado" e do "auxílio emergencial", além da "clonagem do WhatsApp". Especificamente neste caso, pessoas que informam o número de contato do WhatsApp em sites de vendas, por exemplo, abrem margem para que golpistas, se passando por funcionários do site, entrem em contato.
O falso colaborador informa que para o anúncio ser validado, ele necessita de um código que chegará via SMS (mensagem de texto). Nesse instante, o criminoso tenta logar no WhatsApp com o número da outra pessoa, o que faz com que o aplicativo envie para a vítima uma mensagem com um código de verificação. Erroneamente, quando esse número - que é o código de segurança do aplicativo - chega no celular da vítima, ela o passa para o criminoso, tornando possível ao fraudador concluir a clonagem do número.
"Cuidado nunca é demais e, nesse contexto de Internet, a informação é uma arma poderosa que pode prevenir o cometimento de inúmeros crimes. Agora, quando o delito se concretiza, a população precisa entender que a Polícia Civil estará ao seu lado", garante a Chefe de Polícia, delegada Nadine Tagliari Farias Anflor. Sobre o golpe acima, ela alerta: "ativem a verificação em duas etapas do WhatsApp".
