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Pacientes de Campo Bom celebram a vida depois de vencer a Covid

No Hospital Lauro Reus, cada pessoa que deixa o local é presenteada com a festa e o carinho dos profissionais, como o metalúrgico Orival da Rosa, após 37 dias internado

Por Bruna Mattana
Publicado em: 01.09.2020 às 08:00 Última atualização: 01.09.2020 às 08:31

Orival ganhou alta e celebrou a vitória sobre a doença com equipe médica e esposa Salete Foto: Divulgação/Hospital Lauro Reus
Após 37 dias de luta contra a Covid-19, o metalúrgico aposentado Orival da Rosa, 59 anos, deixou o Hospital Lauro Reus, de Campo Bom, na última sexta-feira, e celebrou a alta médica ao lado da esposa, a dona de casa Salete da Rosa, 59, e dos profissionais que o acompanharam desde o dia 23 de julho. "Eu me sentia muito cansado. Não conseguia parar em pé", relembra ao agradecer a toda equipe pelo cuidado. "Devo minha vida a eles."

Mesmo em casa, Orival ainda inspira cuidados. "Ele já está fazendo fisioterapia e deve continuar nos próximos dias. O pulmão ainda não está completamente bom e, como ele tem obesidade, temos que tomar todos os cuidados", destaca a esposa, que também testou positivo para Covid. Salete destaca que teve dor de cabeça, nos olhos e na nuca. "Era uma dor forte no corpo, mas não tive falta de ar. Minha recuperação foi mais rápida. O meu esposo chegou a ficar quinze dias entubado. O médico disse que se ele tivesse hipertensão ou diabetes a situação seria ainda mais preocupante", conta.

Ela também agradece o carinho da equipe médica. "Eles foram muito atenciosos. Agradeço de forma muito especial ao doutor Jose Luis. Ficamos felizes com a festa na saída, pois nos deu ânimo para voltar para casa." Conforme a assessoria de comunicação do Hospital Lauro Reus, a celebração nasceu da importância de comemorar o esforço do paciente, dos familiares e dos profissionais de saúde envolvidos no processo.

De acordo com o gestor do hospital, presidente da Associação Beneficente São Miguel, Rafael França, os cuidados pós-Covid seguem padrões de isolamento, de acordo com o tempo de infecção, reabilitação pulmonar e das condições de restabelecimento da saúde do paciente.

Em relação à atenção do Hospital Lauro Reus para receber pacientes com Covid, bem como seus familiares, o responsável técnico pela UTI da casa de saúde, Jose Luis Toribio Cuadra, destaca: "São os cuidados técnicos, regulamentados pela Comissão de Infecção Hospitalar, com base nas portarias do Ministério da Saúde, como isolamento, adequação e uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI)."

Atendimento

O médico intensivista Luis Toribio Cuadra destaca que cada área, devido ao grau de agressividade da doença, tem um tipo de cuidado específico. "Paciente fica isolado no quarto, sem contato com a família. Somente com um técnico, que vai paramentado", diz. Conforme o médico, o paciente que vai para o bloco cirúrgico conta com a presença de anestesista e equipe com EPIs adequados. Já no Centro de Terapia Intensiva, o paciente tem um técnico em enfermagem exclusivo para seu cuidado, além do médico.

Ele destaca que quando o paciente está lúcido, fora de ventilação mecânica, recebe suporte psicológico. "O paciente pode conversar com a família por meio de suporte tecnológico, como chamada de vídeo. As psicólogas chamam os familiares para ver como eles estão", salienta. Conforme Cuadra, inicialmente o paciente ficava nessa situação de 14 a 21 dias. Com 21 dias, pode receber visita e sai da área de isolamento.

Toda a equipe profissional se sente vencedora

Fisioterapeuta do hospital, Mariana Barbosa destaca que quando os pacientes são internados por Covid-19, acabam ficando por um tempo mais prolongado. "É uma doença nova, que nos trouxe muitos desafios e que traz muitos agravamentos para os pacientes. É uma batalha na qual já perdemos vidas. Às vezes ficamos mais de trinta dias com esse paciente, construindo um elo muito forte e toda a equipe é impactada por isso, além da família. Quando a gente perde alguém, isto também nos impacta, nos traz um sentimento de impotência, de fracasso, de tristeza. Quando a gente vê um paciente que venceu essa batalha, que é vencedor da vida, a gente fica em uma explosão de felicidade e toda a equipe quer comemorar."

A cada vitória, uma comemoração

Mariana conta que cada vitória é comemorada. "Quando o paciente sai da ventilação, a gente faz uma comemoração. Quando ele senta, fica de pé, sai do oxigênio, a gente celebra. Absolutamente tudo é uma comemoração. Por isso, foi uma iniciativa geral do hospital, tanto das equipes de UTI quanto das equipes de internação. Cada paciente é especial."

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