Preso em Novo Hamburgo um dos membros mais influentes de facção do Vale do Sinos
Ao todo, 23 pessoas foram presas na ofensiva da Polícia Civil contra o tráfico de drogas e outros crimes
Um efetivo de 260 policiais cumpriu 106 ordens judiciais, entre as quais, 40 mandados de busca e apreensão, 27 mandados de prisão preventiva e 39 bloqueios judiciais de contas ligadas à movimentação financeira do tráfico de drogas.
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A ação resultou ainda na apreensão de armas de fogo, munições, drogas, dinheiro, dois veículos de luxo, além de diversos aparelhos celulares.
Namorada de 'braço direito' de líder e funcionário de banco presos
Em Pinheiro Machado, foi presa a mulher que seria namorada do homem considerado “braço direito” do chefe do grupo e que está atualmente recolhido no Presídio Regional de Bagé. Outro preso é um funcionário de um banco da cidade. Ele teria controle sobre as finanças do grupo e trocaria informações com a mulher que foi presa acerca das movimentações financeiras referentes ao dinheiro proveniente do tráfico.
Investigação
As investigações tiveram início em dezembro de 2019, quando a Polícia Civil começou a trabalhar na elucidação de crimes de roubo a propriedade rural e tráfico de drogas cometidos em Pinheiro Machado. Na ocasião, verificou-se que os crimes estariam sendo cometidos de forma semelhante a crimes ocorridos no município de Dom Pedrito meses antes e em que seus autores foram identificados e presos em flagrante por tráfico de drogas. Comparando os casos, foi realizado um minucioso acompanhamento das atividades criminosas, identificando o seu modo de atuação e constatando como ponto comum a origem e o fornecedor da droga.
A partir disso, verificando a existência de uma atuação criminosa regionalizada, especializada no tráfico de drogas e crimes conexos, que afetou diversos produtores rurais com violentos crimes de roubo a propriedades rurais, foi realizada uma investigação integrada, capitaneada pela Delegacia de Polícia Especializada na Repressão aos Crimes Rurais e Abigeato (Decrab) de Bagé, junto às Delegacias de Polícia de Pinheiro Machado e de Dom Pedrito, sob a coordenação do Delegado André de Matos Mendes.
Durante as investigações da Operação Faxina, descobriu-se que o grupo criminoso possui atuação em Porto Alegre e região metropolitana e seria responsável pelo narcotráfico, homicídios, entre outros delitos, para a manutenção do seu domínio na venda de drogas em Pinheiro Machado e região.
Ainda, identificou-se que o “braço direito” do chefe do grupo, está atualmente recolhido no Presídio Regional de Bagé e, ainda assim, ele conseguiria liderar os traficantes daquela região, repassando diversas orientações.
Em Dom Pedrito, restaram identificadas as contas bancárias utilizadas para a movimentação financeira da organização criminosa. Em um ano, essas movimentações superam R$ 5,5 milhões.
A Operação Faxina contou o apoio da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), na ação no Vale dos Sinos, além do apoio aéreo do helicóptero da Polícia Civil, em Pinheiro Machado.
Operação Faxina
A ação recebeu o nome de “Operação Faxina” em razão da necessidade de “limpar” a cidade de Pinheiro Machado das ações dessa organização criminosa e, consequentemente, coibir na região as atividades de tráfico de entorpecentes e crimes relacionados.