A evolução da pandemia também chama atenção em Sapiranga. Em julho do ano passado, o município teve 16 mortes por Covid-19, em novembro dez, em fevereiro 30 e até dia 13 de março, 47. O número de vidas perdidas cresceu 56,6% de fevereiro em relação a ao mês corrente. A situação tem sido delicada até mesmo para quem está acostumado a lidar com a morte de forma profissional.
Sirlei se diz “em frangalhos” e afirma que o número crescente de mortes também têm afetado sua vida. “É muito difícil para as famílias essa história de levar uma pessoa caminhando para o hospital e depois receber um caixão que não pode nem abrir”, descreve.
Se antes a funerária costumava realizar de 20 a 25 funerais por mês, de 1º de março até ontem, foram 40. Ela estima que cerca de 80% sejam vítima da Covid. “A gente não encontra uma palavra certa para confortar as famílias. Pessoas perdendo dois ou três parentes em uma semana, às vezes menos. Que palavra seria a certa? Não existe”, desabafa.
A funerária possui estoque de caixões e não enfrenta risco de falta, mas já observe reajuste de 15% nos preços nas fábricas.
A Associação Ecumênica dos Cemitérios de Sapiranga, que administra os cemitérios Bom Fim e da Saudade, também registrou alta no mês de março. Ao longo de todo o ano de 2020, foram enterradas 38 pessoas que morreram com Covid. Em janeiro deste ano, foram quatro. Em fevereiro, dez. Na primeira metade de março, já são 17. Antes disso, o mês com maior número de enterros de paciente com covid havia sido dezembro, com 12.
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