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Notícias | Região Volta da cogestão

Como será a retomada das atividades prevista para a segunda-feira no RS

Flexibilização mesmo em bandeira preta fica condicionada a melhoria em indicadores

Por Suélen Schaumloeffel
Publicado em: 18.03.2021 às 03:00 Última atualização: 18.03.2021 às 07:26

Volta do comércio deve ocorrer na próxima semana Foto: Inezio Machado/GES
Após apontar para empresários e representantes de setores a possibilidade de retomada da cogestão a partir da próxima segunda-feira (22), o governador Eduardo Leite confirmou a intenção na tarde de quarta-feira (17) através de um vídeo, onde condiciona a medida que possibilita flexibilizações à melhora de indicadores de contágio e ocupação hospitalar.

Depois de ter atingido um aumento de, em média, 350 leitos ocupados a mais por dia em fevereiro, o número retrocedeu para cerca de 16 leitos a mais por dia. A taxa de contágio em meados de fevereiro estava em torno de 2,35 e agora gira em torno de 1,4.

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Na região

O presidente da Associação dos Municípios do Vale do Rio dos Sinos, Luciano Orsi, acredita que o modelo que está sendo trabalhado pelo governo estadual seja apresentado amanhã e alinhe cuidados e restrições sem que recaiam sobre determinada categoria.

"Precisamos juntos formatar o melhor modelo para, com a cogestão, ter a volta das atividades que hoje estão proibidas e ao mesmo tempo ter um controle de atividades como eventos à noite, que têm um potencial muito grande de contaminação."

O presidente da Associação dos Municípios do Vale do Paranhana (Ampara), Diego Picucha, afirma que guarda definição oficial do governo estadual.

Com o que o governo acena

No vídeo divulgado pelo Piratini o governador não detalhou as medidas que devem ser adotadas a partir da cogestão. Mas na reunião com representantes das entidades comerciais, na última terça-feira, durante a apresentação sobre o cenário epidemiológico, foram apresentadas algumas novas medidas do Distanciamento Controlado. Apesar de repassadas às entidades, as mudanças ainda não foram divulgadas oficialmente pelo Estado, que deve divulgar definição apenas após a reunião de sexta-feira.

Manutenção da restrição de atividades à noite

- Restrição de atividades todos os dias entre 20 e 5 horas mantida até 30 de março;
- Em abril a restrição de atividades noturnas deve ser nos finais de semana (sexta, sábado e domingo).

Retorno da cogestão em 22 de março

- Regiões poderão adotar medidas mais flexíveis que a bandeira final, equivalendo à bandeira imediatamente inferior;
- Renovação dos planos de cogestão, considerando o atual cenário epidemiológico, a capacidade hospitalar, as mudanças de protocolos e a necessidade de garantia de mecanismos de fiscalização;
- Manutenção da vedação da cogestão na educação, que permanecerá com atividades presenciais restritas;
- Municípios seguem podendo adotar medidas mais restritivas que as acordadas na cogestão e as definidas pela bandeira final da região.

Adequações da bandeira vermelha ao risco

- Comércio não essencial somente de segunda a sexta-feira, até 20 horas (entrada até 19 horas).
- Restaurantes, bares e lanchonetes sem restrição de dias, até 17 horas (entrada até 16 horas).
- Hotéis e alojamentos com lotação máxima de 50% com Selo Turismo Responsável e 30% sem Selo Turismo Responsável.

Adequações nos demais protocolos seguem em análise.

Lideranças na expectativa

A possibilidade da retomada do comércio não essencial foi comemorada. "As medidas vieram ao encontro de alguns pedidos que fizemos na última sexta, não na totalidade, como queríamos. Mas temos a segurança de que a cogestão retorna, mesmo com bandeira preta, no dia 22", afirma Marco Aurélio Kirsch, presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços (ACI).

Agora, diz Kirsch, o cenário terá que ser desenhado com as prefeituras, baseado em números e nos protocolos sanitários, importantes para que os setores possam retomar atividades com urgência, ainda que com limites.

Necessidades

O presidente do Sindilojas, Remi Scheffler, ressaltou que o que se desenhou até o momento atende minimamente às necessidades de comerciantes prestadores de serviço. "Manter as portas fechadas adoece mais do que a própria pandemia, então nós estamos felizes e ansiosos que se confirme esse anúncio e o comércio volte a atender seus clientes."

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Novo Hamburgo, Jorge Stoffel, aponta que não ficou definida a forma como se dará a reabertura. "Não há clareza sobre como será a retomada das atividades, mas é necessário que os estabelecimentos voltem a abrir as portas, ainda que com limites", observa.

Fôlego

O governador ressaltou que o fôlego é "limitado economicamente", e com um auxílio emergencial menor e menos abrangente, não há espaço para exigir da população por mais tempo.

"É por isso que tendo os sinais e os indicadores que nos permitam ter uma compreensão de uma redução efetiva do contágio e da demanda hospitalar, vamos partir para uma retomada da cogestão, com medidas severas de restrições, ainda com o toque de recolher, suspensão geral de atividades nos finais de semana e com uma intensa fiscalização", pondera.

 

Adaptações

Com a cogestão, mesmo em bandeira preta os municípios poderão adotar, desde que convencionado regionalmente, as regras mais brandas da bandeira vermelha. Esse protocolo também deverá passar por algumas mudanças.

"Não é cogestão automaticamente aplicar o protocolo da bandeira vermelha. A região tem o poder de estabelecer seus protocolos de acordo com sua realidade", observa Leite.

 

Bandeira preta

O Rio Grande do Sul deve continuar em bandeira preta, conforme adiantado pelo governador, porque o risco ainda é alto em função da super demanda do sistema hospitalar.

"Não estamos vendo a continuidade do aumento da demanda, mas está estabilizado em um patamar muito alto. Significa risco alto e a bandeira preta é para alertar disso", pontua.

O retorno da cogestão regional ainda será debatido em reunião do Gabinete de Crise, prevista para acontecer hoje, assim como em reunião com a Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) e com representantes de associações regionais, marcada para amanhã à tarde.


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