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Notícias | Região Faltou oxigênio

'Nunca imaginei vivenciar isso. Muito triste', desabafa filha após perder mãe no Lauro Reus

Hospital de Campo Bom enfrentou problemas na distribuição de oxigênio no manhã desta sexta-feira; seis pacientes morreram

Publicado em: 19.03.2021 às 17:11 Última atualização: 19.03.2021 às 17:14

Matheus Chaparini e Susi Mello

Falta de oxigênio Hospital Lauro Meus, Campo Bom Foto: Carlos Rissotto

Entre os seis pacientes que perderam a vida após problemas na distribuição de oxigênio no Hospital Lauro Reus está Carmem de Fátima Liczbinski, de 66 anos. A idosa, moradora de Campo Bom, morreu cinco dias após ser internada por conta da Covid-19. A família conta que só soube a morte de dona Carmem uma hora e meia após o óbito ter ocorrido. 

"O médico nos disse que eram 9h30 quando aconteceu. Então, às 10 horas, quando liguei para cá, já teria acontecido", declarou a técnica de enfermagem, Andreia Liczbinski, 48 anos.

"É muito complicado. É uma situação caótica. Nunca imaginei vivenciar isso. Muito triste, muito triste. Sei que os médicos, todo mundo está nesta batalha, é uma luta, mas para nós, como familiar, não tem...Para nós, a nossa prioridade era nossa mãe", declarou emocionada.

A idosa, moradora de Campo Bom, morreu cinco dias após ser internada por conta da Covid-19. Andreia conta que a mãe, que tinha problemas de coração e diabetes, deu entrada no hospital na madrugada do último domingo. Antes disso, no sábado, tinha ido para o Pronto Atendimento pela manhã, onde teria ficado no oxigênio. "Trouxeram ela para cá e ficou na Emergência. Ela estava intubada, só não tinha leito na UTI", conta Andreia.

A técnica de enfermagem diz que, às 11 horas desta sexta, o hospital contatou para que fosse até o local. Desde as 19 horas de quinta-feira, lembra, tentou por diversas vezes ter notícias de sua mãe. "Chegou uma hora e fomos deitar e disse 'vamos esperar, vamos esperar', mas chega uma hora que não tem mais o que esperar", lembra.

Às 4 horas desta sexta, ela conseguiu falar com uma enfermeira. "Passei toda a noite ligando e, novamente pela manhã, ligamos. Só que acho que já tinha acontecido o óbito", acrescenta.

Andreia conta que de nada adiantou ter um bom plano de saúde. "Não serviu para nada, essa é a verdade. Ela teve que vir para cá e esperar os recursos que tinha e aí o que tu me diz de tudo isso?", declara.

Além de Andreia, que mora em São Sebastião do Caí e largou o trabalho em uma casa geriátrica para ficar mais próxima da mãe, ela tem uma irmã que vive em Santa Catarina e um irmão, que morava com a mãe em Campo Bom. "O meu irmão é deficiente definitivo. Ainda temos que dar a noticia para ele. Para ele será uma barra. Ele era parceiro para minha mãe para tudo", lamentou por volta das 12h30 de hoje.


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