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Notícias | Região Alívio

Após três semanas, restaurantes retomam atendimento presencial

Estabelecimentos adotam cuidados especiais na retomada permitida após o retorno da cogestão

Por Joceline Silveira
Publicado em: 24.03.2021 às 03:00

Estabelecimentos adotam medidas sanitárias especiais Foto: Inézio Machado/GES
Os restaurantes retomaram as atividades nesta terça-feira em Novo Hamburgo depois de três semanas parados devido a decreto do Governo do Estado para combater a pandemia da Covid-19. Com o retorno da cogestão ao modelo de distanciamento controlado, o município passou a adotar as regras da bandeira vermelha ontem.

Entre as mudanças está a permissão para reabertura do comércio não essencial e a possibilidade de uso de mesas em restaurantes. Até segunda-feira, apenas tele-entrega e pegue e leve estavam liberados.

Nesta fase, o funcionamento depende de uma série de medidas de segurança sanitária por parte dos estabelecimentos e respeito às normas por parte dos clientes.

Movimento foi baixo

Mas o primeiro almoço com os estabelecimentos abertos foi de movimento tímido. Há mais de três décadas no bairro Pátria Nova, os proprietários do Restaurante Sabor ao Prato contam que perderam 80% do volume de vendas sem o serviço de bufê — proibido sob as normas da bandeira preta, válidas até então. Nesta terça, todas as medidas de segurança já haviam sido tomadas para a nova retomada.

"A nossa responsabilidade com a comunidade aumenta significativamente neste momento em que retomamos em parte nossas atividades. Mas estamos seguindo todos os protocolos sanitários rigorosamente e esperamos que essa seja a retomada definitiva", afirmou o empresário João Carlos Weber.

Retomada do atendimento presencial após quase um mês Foto: Inézio Machado/GES
Projeções

Na avaliação de Jerri Santos, a reabertura traz uma ideia ilusória de recuperação dos negócios. Dono de um restaurante na Avenida Sete de Setembro, ele reabriu as portas ao público ontem, após quase um mês fechado.

A projeção é de que o faturamento atinja cerca de 25% do considerado normal.

A possibilidade de atender público dentro do estabelecimento traz certo alívio, mas, segundo o empresário, não é suficiente para cobrir os custos. "Não compensa, é um minguado, porque é de segunda a sexta, onde para nós é um movimento muito fraco. A gente não sabe o que fazer com os funcionários, porque a equipe que nós temos é para funcionar sete dias por semana, manhã e noite".

Os protocolos que vinham sendo adotados em fevereiro foram retomados. O local tem pia instalada na entrada, álcool gel espalhado por todo o estabelecimento, metade das mesas está interditada, o piso tem marcações para orientar o distanciamento. O buffet está funcionando, mas é um funcionário que serve os clientes.

Além dos custos fixos da operação, ele afirma que as despesas proteladas de 2020, como financiamento do Pronamp, parcelamento de folha de pagamento e impostos, estão sendo pagas agora.

Comércio não essencial

As determinações, publicadas ontem, válidas até o dia 4 de abril, também abrangem outros estabelecimentos da categoria não essenciais como bares, lanchonetes ( que seguem as mesmas regras dos restaurantes) e lojas de roupas, calçados, brinquedos, móveis, eletrônicos e eletrodomésticos, que funcionam de segunda a sexta, das 5h às 20h, com restrições no atendimento.

Mesmo com a cogestão, o protocolo de flexibilização que permite adotar medidas equivalente à bandeira vermelha é agora um pouco mais rígido do que antes da vigência da bandeira preta estadual.

Entidades avaliam retomada de serviços

A seccional RS da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) projeta um prejuízo de mais da metade do faturamento de quem opera em dois turnos por conta de as vendas de jantares serem melhores do que as de almoços. Cerca de 19% de bares e restaurantes que funcionam apenas à noite poderão abrir com horário reduzido (até 20 horas com atendimento presencial).

O cenário, de acordo com a entidade, é grave. "As determinações deveriam considerar as pessoas que trabalham no jantar e a importância do sábado e domingo", explica Maria Fernanda Tartoni, presidente da Abrasel no RS. "Precisamos da possibilidade de trabalhar à noite e nos finais de semana. Dessa forma, muitos estarão condenados à falência", alerta a presidente da entidade.

Segundo Remi Scheffler, presidente do Sindilojas e vice-presidente da Fecomércio- RS, apesar da liberação, os lojistas terão um retorno "lento". "A retomada vai ser lenta e gradual. Lógico que não vai se recuperar tudo que se perdeu desde o início da pandemia. Não há recuperação viável para isso. Mas esperamos que essa recuperação seja definitiva. Que não haja mais mandado de fechar lojas do segmento não essencial, pois todo trabalho é essencial".

* Colaborou Matheus Chaparini


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