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Por volta das 11 horas de domingo, causou preocupação uma mancha esverdeada no Arroio Estância Velha, no bairro Campo Grande. Técnicos ambientais foram rastrear e chegaram à possível origem, a quatro quilômetros de distância, na Rua Adolfo Koch, bairro das Rosas. Da HW Embalagens, o material químico escorria para a rede pluvial. O dono da empresa suspeita foi chamado, admitiu a culpa e mostrou as instalações. Uma mangueira que saía pelo ralo do banheiro despejava rejeitos no arroio, segundo a fiscalização. Ela estava conectada a um reservatório com efluentes.
O empresário foi conduzido à delegacia de São Leopoldo, onde foi autuado em flagrante. Como a pena prevista é inferior a quatro anos, coube fiança. Segundo o delegado de Estância Velha, Rafael Sauthier, será aberto inquérito assim que a ocorrência chegar ao órgão local.
Segundo a secretária do Meio Ambiente e Preservação Ecológica de Estância Velha, Viviane Diogo, somente a análise, ainda sem prazo para ficar pronta, vai poder apontar o que são as substâncias recolhidas no arroio e na empresa. "Mas a empresa trabalha com produtos químicos de diferentes naturezas. Por isso estima-se que infelizmente o dano vai além do visual, acarretando graves contaminantes ao recurso hídrico. O efluente não estava tratado e não tinha padrões mínimos de segurança para lançamento ao meio ambiente." A Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) foi acionada e também acompanha o caso.
Para a advogada Susan Schaefer, a mancha no arroio não seria oriunda exclusivamente da empresa interditada. "Não tem como ter diluído e chegado tão longe. Nos reunimos cedo com um engenheiro químico, que colheu amostras e avaliou a quantidade existente nos tonéis." Ela acredita que os dejetos não tenham potencial nocivo ao meio ambiente. "A empresa não tem nada que seja poluente, nem poderia ter, pois há regulamentação dos insumos com que pode trabalhar. Mas ela lava embalagens, que tinham resíduos daquela cor. Vamos ter que ver o que são."
A advogada observa que o dono reconhece o erro e salienta que ele foi transparente. "Ele não mentiu. Não tentou enganar. Abriu a empresa e mostrou tudo. Agora só quer regularizar tudo para voltar com as atividades, para manter os empregos e não perder clientes. É um serviço essencial. Alguém tem que fazer." Susan frisa que a interdição de setembro de 2018 foi diferente da deste domingo. "Naquela ocasião, foi vazamento involuntário, tanto que não gerou processo criminal. Desta vez, foi erro mesmo. Ele assume, quer consertar e vai responder pelo fato. Tudo que é feito para descarte é muito caro. Às vezes a empresa quer economizar e acaba pagando mais."
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