A compra de jogos de lençóis para presentear a esposa na Páscoa acabou resultando numa enorme dor de cabeça para um idoso de 82 anos, morador do bairro Santos Dumont, em São Leopoldo. Na manhã do último sábado (3), o aposentado, que pede para não ser identificado, estava em casa quando foi abordado por um suposto vendedor de enxovais da Serra. Parado em frente ao portão, o vendedor ofertava os produtos que trazia dentro do carro. A promoção, de quatro jogos de lençóis por 100 reais atraiu o idoso que negociou a compra em dinheiro. Usando da desculpa de não aceitar notas por conta da pandemia, o vendedor teria dito que o pagamento deveria ser feito no cartão.
“Meu filho confirmou que tinham sido feitos dois saques na conta. Um no valor de R$ 3,5 mil e outro de R$ 1 mil. Bloqueamos na mesma hora o cartão e a conta e pedi para o meu pai ir imediatamente na Delegacia, registrar a ocorrência. Lá o policial disse que ele havia sido vítima do chamado golpe da maquininha”, conta a filha do casal, que também pede para não ser identificada.
Após o corrido, em uma rápida pesquisa na Internet a filha constatou que o golpe do qual os pais haviam sido vítimas tem sido comum em diversas cidades do Estado. "É importante fazer o alerta para que outras pessoas não caiam neste golpe. Meu pai está arrasado. Ficou muito abalado por ter sido enganado. Na segunda-feira fomos ao banco. O caso está sendo analisado e estamos esperando uma posição para decidirmos o que fazer. Tem sido um desgaste muito grande”, desabafa.
O caso deverá ser investigado pela 2ª Delegacia de Polícia (2ª DP) da cidade. Na área da 1ª DP que atende, entre outros bairros o Centro, ocorrências deste tipo também têm sido recorrentes, segundo a delegada Cibelle Savi. “Estes golpistas são muito espertos. É difícil identificá-los”, diz. Conforme a delegada, o golpe dos lençóis estava mais forte na cidade no final do ano passado. “Em geral, atuam pelo menos duas pessoas, e a desatenção das vítimas com a informação que é inserida nas máquinas no momento do pagamento é o 'x' da questão”, frisa.